O Iraque realiza eleição nacional neste sábado, a primeira do país desde a declaração de vitória sobre o grupo Estado Islâmico. Não há um favorito claro mesmo após semanas de campanha oficial. O primeiro ministro Haider al-Abadi enfrenta forte competição de partidos políticos com laços mais estreitos com o Irã.
A eleição, a quarta desde a derrubada de Saddam Hussein pelos EUA em 2003, será realizada eletronicamente pela primeira vez, numa tentativa de reduzir a fraude. Centros de votação foram criados para boa parte das 2 milhões de pessoas do país que foram deslocadas pela guerra contra o Estado Islâmico.
Embora os combates contra o grupo extremista tenham sido encerrados e Bagdá esteja experimentando uma relativa calmaria em relação a ataques insurgentes, as forças de segurança do país impuseram rígidas medidas de segurança antes da votação, com toque de recolher na capital.
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Al-Abadi assumiu o cargo apenas algumas semanas depois de os combatentes do Estado Islâmico invadirem quase um terço do território iraquiano, no verão de 2014, e desde então o primeiro ministro supervisionou a guerra com o apoio próximo da coalizão liderada pelos EUA e o Irã.
Apesar das conquistas militares de al-Abadi, o Iraque continua a lutar contra a desaceleração econômica provocada em parte pela queda nos preços globais do petróleo, pela corrupção e pelos anos de impasse político.
Os oponentes mais poderosos de Al-Abadi são seu antecessor, Nouri al-Maliki, e uma aliança de candidatos com laços estreitos com os poderosos do país, principalmente forças paramilitares xiitas. A aliança, chamada "Fatah", é dirigida por Hadi al-Amiri, ex-ministro dos transportes, que se tornou comandante sênior de combatentes paramilitares na luta contra o Estado Islâmico.
Outro candidato
Outro candidato importante é o clérigo Muqtada al-Sadr, que também comandou combatentes na recente guerra e liderou uma poderosa milícia que lutou contra as forças dos EUA no Iraque antes disso, mas sua campanha eleitoral se concentrou sobre questões sociais e combate a corrupção do governo.
No total, há 329 assentos no parlamento em jogo, com quase 7.000 candidatos de dezenas de alianças políticas. O resultado da eleição é esperado para 48 horas após a votação, de acordo com o órgão independente que supervisiona a eleição.
Fonte: Associated Press