O governo de Donald Trump tem revigorado o extremismo e enfraquecido a política moderada no Oriente Médio, disse nesta sexta-feira (18) uma alta autoridade palestina.
O secretário-geral da Organização para a Libertação Palestina, Saeb Erekat, disse que a decisão de Trump de transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém e seu alinhamento com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em temas como os assentamentos são fatores importantes de desestabilização.
"Estão dando muita força ao extremismo na região", disse Erekat em uma teleconferência organizada pelo Wilson Center, um think tank de temas globais.
Erekat acusou Trump de tentar "ditar" a solução através de sua polêmica decisão de transferir a embaixada, assim como de retirar a ajuda a programas que buscam melhorar as condições na Faixa de Gaza e eliminar o tema sobre os refugiados palestinos de possíveis negociações.
"Isso não funcionará para os palestinos", disse Erekat, "fomos enfraquecidos pelas ações de Trump e pelas de Netanyahu".
Erekat fez essas declarações dias depois que forças israelenses mataram 60 palestinos durante protestos na Faixa de Gaza, no mesmo dia que os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém.
O nível de irritação "é maior do que nunca", disse o alto funcionário, acrescentando que corresponde a funcionários como ele e a líderes moderados de Israel dar um passo à frente e ajudar a melhorar as perspectivas de paz.
"Isso é a ausência da paz", disse Erekat, referindo-se à situação atual. "Não vemos ninguém expressando pesar por uma vida humana".
Para o dirigente, o genro de Trump, Jared Kushner, que trabalho com o enviado dos Estados Unidos para a paz no Oriente Médio, Jason Greenblatt, fracassou ao apoiar a solução de dois de Estados e não condenar a expansão dos assentamentos israelenses.
Durante a teleconferência também esteve presente Gilead Sher, um advogado israelense que foi durante muitos anos um negociador de paz com os palestinos.
"Lamento profundamente a perda de vidas inocentes" nos confrontos, disse Sher, embora tenha insistido que as forças israelenses estavam protegendo seu território e tenha responsabilizado líderes do Hamas.
Sher e Erekat, contudo, desejam o distensionamento do conflito para melhorar as condições humanitárias e retomar as negociações. "Nosso conflito pode ser resolvido. Como conseguir isso é o problema".