CRISE DIPLOMÁTICA

EUA promete 'medidas rápidas' contra Venezuela após 'farsa' eleitoral'

Vice-presidente dos Estados Unidos afirmou, em nota, que o país 'não vai ficar de braços cruzados'

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Publicado em 21/05/2018 às 16:45
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Vice-presidente dos Estados Unidos afirmou, em nota, que o país 'não vai ficar de braços cruzados' - FOTO: Foto: MARK WILSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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Os Estados Unidos prometeram nesta segunda-feira (21) tomar "medidas econômicas e diplomáticas rápidas" para contribuir para o retorno da democracia na Venezuela, depois de chamar de "farsa" as eleições nas quais Nicolás Maduro foi escolhido para um segundo mandato. 

O governo de Donald Trump "não vai ficar de braços cruzados enquanto a Venezuela desmorona e a miséria de seu povo valente continua", disse o vice-presidente dos EUA Mike Pence. 

"A eleição da Venezuela foi uma farsa, nem livre nem justa. O resultado ilegítimo deste falso processo é mais um golpe para a orgulhosa tradição democrática da Venezuela", disse em nota. 

Em outro comunicado, o secretário de Estado, Mike Pompeo, também condenou as eleições "fraudulentas" de domingo, boicotadas pela oposição e não reconhecidas por 14 países americanos, e anunciou novas medidas punitivas contra Caracas.

"Os Estados Unidos estão do lado das nações democráticas em apoio ao povo venezuelano e tomarão medidas econômicas e diplomáticas rápidas para apoiar a restauração de sua democracia", disse Pompeo. 

O chefe da diplomacia americana considerou "esta chamada 'eleição' um ataque à ordem constitucional e uma afronta à tradição democrática da Venezuela".

"Até que o regime de Maduro restabeleça o caminho democrático na Venezuela por meio de eleições livres, justas e transparentes, o governo enfrentará o isolamento da comunidade internacional", acrescentou. 

Quatorze países americanos do chamado Grupo de Lima decidiram nesta segunda-feira convocar seus embaixadores na Venezuela para consultas e agir para bloquear fundos internacionais destinados a Caracas. 

Ameaça

Os Estados Unidos, que desde março 2015 veem a Venezuela como uma "ameaça à segurança nacional", já aplicaram uma série de medidas contra dezenas de funcionários e ex-funcionários venezuelanos, inclusive Maduro e outras autoridades, acusando-os de corrupção e tráfico de drogas.

Nesta sexta-feira, ampliando a pressão que começou em agosto passado, o Departamento do Tesouro sancionou o poderoso líder venezuelano Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido (PSUV) e um dos políticos mais influentes do país, assim como sua esposa Marleny Contreras e o empresário Rafael Alfredo Sarria.

Com a sanção a Cabello, não há quase nenhum importante líder venezuelano fora da mira do governo Trump.

De acordo com o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Tesouro, no início de maio a lista de sanções a venezuelanos chegou a 62 pessoas e 15 entidades.

Washington, que compra um terço do petróleo venezuelano, proibiu entidades americanas de negociarem dívidas públicas do país ou de sua petroleira estatal PDVSA e de comercializar com petro, a criptomoeda lançada por Caracas.

A Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, está atolada na pior crise econômica de sua história.

De acordo com as autoridades eleitorais, Maduro venceu com 68% dos votos, superando seu rival mais próximo, Henri Falcón, que obteve 21%. A taxa de abstenção foi de 52%, um máximo histórico.

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