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Trump quebra silêncio sobre tuíte racista de Roseanne para atacar ABC

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, defendeu Trump declarando que ele pretendeu mostrar as incoerências da mídia

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Publicado em 30/05/2018 às 19:55
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A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, defendeu Trump declarando que ele pretendeu mostrar as incoerências da mídia - FOTO: Foto: AFP
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Donald Trump quebrou nesta quarta-feira (30) seu silêncio sobre o tuíte racista que custou a Roseanne Barr sua série de TV, mas não para condená-lo, e sim para atacar a rede ABC e se queixar de que ninguém lhe pediu desculpas pelos "comentários horríveis" sobre o presidente.

A série "Roseanne", dirigida especialmente a um público eleitor de Trump, foi cancelada na terça-feira (29) após a comediante comparar no Twitter de uma ex-conselheira negra de Barack Obama, Valerie Jarrett, a um macaco.

"A Irmandade Muçulmana e o planeta dos macacos tiveram um bebê = vj", as iniciais de Jarret, tuitou Roseanne, antes de apagar o comentário e pedir desculpas.

Jarrett, de origem iraniana de pais afro-americanos, contou que Bob Iger, presidente da Disney, proprietária da ABC, telefonou para ela para lhe dizer que havia decidido cancelar a série.

"Bob Iger, da ABC, ligou para Valerie Jarrett para avisar que 'a ABC não tolera comentários como os feitos por Roseanne Barr'", escreveu o presidente dos Estados Unidos. "Caramba, ele nunca ligou para o presidente Donald J. Trump para pedir desculpas pelas declarações HORRÍVEIS feitas sobre mim na ABC. Talvez eu não tenha recebido a ligação?", acrescentou.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, defendeu Trump declarando que ele pretendeu mostrar as incoerências da mídia.

"O presidente está assinalando a hipocrisia da mídia. O presidente está falando de um duplo padrão. Ninguém está defendendo seus comentários (de Roseanne); são impróprios, mas o ponto é este".

Barr, de 65 anos e partidária ferrenha de Trump, adepta das teorias da conspiração, usa o Twitter com frequência para divulgar suas opiniões.

Ele insistiu depois do tuíte racista que seu comentário sobre Jarrett era uma "piada" de "mau gosto". Mas a ABC considerou a postagem "repugnante" e "aberrante" e anunciou que o programa seria cancelado.

"Não sou racista, não fui e jamais serei", tuitou a atriz nesta quarta-feira, em mais uma tentativa de se defender da avalanche de críticas. "Foi uma brincadeira estúpida em meio a uma vida de luta pelos direitos civis de todas as minorias...", escreveu Roseanne.

A comediante também tentou se desculpar dizendo que havia tomado o sonífero Ambien antes de escrever no Twitter às duas da manhã.

O laboratório francês Sanofi, que fabrica o remédio, aproveitou a situação. "O racismo não está entre os efeitos colaterais conhecidos" de Ambien, disse a Sanofi em sua conta no Twitter.

"Pessoas de todas as raças, religiões e nacionalidades trabalham diariamente na Sanofi para melhorar a vida das pessoas no mundo".

Vencedora de um Emmy e um Globo de Ouro por sua série, da qual foi produtora executiva, Barr começou fazendo "standu-up comedy" antes de saltar ao estrelado com este programa, que era uma rara representação da vida da classe operária na televisão americana que sempre foi amplamente ignorada por Hollywood.

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