O chefe do narcotráfico mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán não se declarará culpado de nenhum crime nem colaborará com as autoridades americanas, assegurou nesta terça-feira (26) o seu advogado, Eduardo Balazero, refutando rumores após uma audiência prévia ao seu julgamento no tribunal do Brooklyn.
Os advogados de "El Chapo", preso há um ano e meio em Nova York, buscam que a Procuradoria entregue evidências que mostrariam que o acusado de 17 crimes, entre eles liderar o cartel de Sinaloa durante 25 anos e transportar ao menos 200.000 kg de cocaína aos Estados Unidos, na realidade não era o chefe máximo dessa organização.
Na sua opinião, essa evidência absolve "El Chapo" da maior acusação contra ele antes do julgamento que deve começar em 5 de setembro.
Desmentindo rumores que correm sobre uma possível colaboração de "El Chapo" com o governo americano, Balarezo disse à imprensa que "Guzmán não irá se declarar culpado e não irá colaborar com as autoridades".
A procuradora Andrea Goldbarg assegurou que não importa se "El Chapo" era um chefe de médio escalão ou chefe máximo do cartel.
O advogado de "El Chapo" também exige ao juiz que o julgamento ocorra no tribunal federal de Manhattan e não na corte do Brooklyn.
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Argumento
Atualmente, cada vez que "El Chapo" deve ir ao tribunal, as autoridades fecham a ponte do Brooklyn, colocam uma caravana policial de 10 carros blindados, ambulâncias e helicópteros, "um circo" que o mostra à opinião pública como um homem "perigoso", na opinião de Balarezo.
O juiz Brian Cogan disse que ainda precisa de tempo para analisar as moções e fixou a próxima audiência para 14 de agosto.
Se for considerado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.
Desde que foi extraditado aos Estados Unidos, em 19 de janeiro de 2017, seus advogados protestaram por seu isolamento quase extremo e asseguraram que sua saúde piorou.
O juiz considera que o processo, que analisará 300.000 páginas de evidência, durará quatro meses.