As mulheres podem acionar tanques, indica um programa piloto do exército israelense, que questiona a histórica exclusividade masculina nas unidades blindadas de Tsahal.
Anunciados nesta quinta-feira (28), os resultados desse programa experimental sobre a possibilidade de integrar mulheres nas unidades de tanques não significa que elas começarão agora a trabalhar nos blindados.
Mas alimentarão a reflexão dos generais sobre a possibilidade de integrar as mulheres em unidades blindadas e, desta forma, resolver de uma vez por todas esta polêmica que agita os meios militares, indicou a jornalistas o tenente-coronel Beni Aharon, um dos comandantes do corpo blindado.
O serviço militar é obrigatório, salvo exceções, em Israel, e é de dois anos e oito meses para os homens e dois anos para as mulheres.
O serviço nos tanques requer capacidades físicas aptas para manipular obuses e peças muito pesadas do aparelho em caso de avaria.
Muitos responsáveis militares aposentados denunciam o que consideram uma experimentação muito perigosa.
"O objetivo do programa piloto era determinar se quatro mulheres podiam acionar um tanque durante uma atividade de segurança de rotina e a resposta é positiva", declarou o tenente-coronel Aharon.
Ele detalhou que a experimentação foi apenas em operações de defesa de fronteiras, pois as mulheres foram mobilizadas no deserto de Neguev, no sul de Israel.
"Só atividades de segurança de rotina foram contempladas, não missões em caso de guerra", acrescentou.
Nos últimos anos, blindados israelenses foram implementados em várias ocasiões em três conflitos com o movimento islamita Hamas, na Faixa de Gaza, e durante a guerra do verão de 2006 com o Hezbollah no sul do Líbano.
No total 10 mulheres, das 15 que foram selecionadas no início, terminaram com sucesso a formação, seis delas como soldados e quatro como comandantes de tanque, detalhou o tenente-coronel Aharon.
Se o projeto piloto for concretizado, as mulheres não serão de forma alguma misturadas com os homens, acrescentou.
Mas sua integração efetiva poderia ainda levar tempo, pois os "generais terão de decidir o que querem fazer no futuro", segundo ele.
Em dezembro, o exército israelense indicou que o número de mulheres que atuam em unidades combatentes atingiu um nível recorde em 2017, com 2.700 mulheres.
A maioria das recrutas combatentes atuam em unidades mistas.