As autoridades de um pequeno estado do nordeste da Índia cortaram a Internet, nesta sexta-feira (29), um dia depois de uma nova série de linchamentos, causados por falsos boatos que circularam por WhatsApp e que levaram à morte de três pessoas.
Estas três vítimas letais são as últimas até agora dos linchamentos coletivos deflagrados por boatos sobre traficantes de crianças, difundidos pelo WhatsApp.
Este fenômeno provocou a morte de pelo menos 25 pessoas em um ano no país, segundo balanço da imprensa indiana.
"A administração decidiu cortar Internet e os serviços de mensagens por celular nas próximas 48 horas (...) para frear a propagação dos boatos", disse à AFP Smriti Ranjan Das, porta-voz da Polícia desse estado, cuja maioria pertence à tribo de Tripura.
Entre os três mortos, está um "caçador de boatos", assassinado em Sabroom, 100 quilômetros ao sul da capital regional, Agartala.
Enviado pelas autoridades, Sukanta Chakraborty advertia com um megafone contra as falsas informações, quando foi atacado por moradores com pedaços de pau e tijolos.
Algumas horas antes, no distrito de Tripura Ocidental, uma multidão de cerca de mil pessoas atacou quatro comerciantes originários de Uttar Pradesh (norte). Os agressores suspeitaram de que fossem traficantes de crianças e mataram um dos membros do grupo, além de ferirem gravemente os demais.
Nesse mesmo dia e no mesmo distrito, uma mulher de 40 anos foi agredida até a morte pelas mesmas acusações.