A Tailândia respirou em alívio e com gratidão após o fim do resgate dos 12 meninos e seu treinador de futebol na última terça-feira (10). A operação, que durou 18 dias, envolveu 19 mergulhadores, entre eles, o finlandês Mikko Paasi, que divulgou no Facebook, fotos que tirou durante o momento do salvamento do time 'Javalis Selvagens'.
Na publicação de uma foto, em que aparece com outros colegas, Paasi afirmou: "Aqueles que dizem que isso não pode ser feito, não devem interromper as pessoas fazendo isso. 13 crianças saíram sãs e salvas!”, comemorou o mergulhador, que era voluntário. A foto, divulgada após o fim do resgate, na terça (10), já foi compartilhada mais de 13 mil vezes.
O primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ochra, fez um pronunciamento televisionado para agradecer todos os envovildos que "compartilharam experiência, mão-de-obra e equipamentos" na dramática operação de resgate. Profissionais de Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Laos, Mianmar, China e Austrália colaboraram, segundo um documento do governo. Havia também voluntário de Dinamarca, Alemanhã, Bélgica, Canadá, Ucrânia e Finlândia.
Ainda na equipe, um médico e três membros da força de elite da marinha tailandesa ficaram na caverna para acompanhar os meninos.
No meio da alegria, há tristezas
Samarn Kunan, mergulhador voluntário que morreu depois de entrar na caverna com outro voluntário, havia participado da ação que ajudou a colocar tanques de oxigênio ao longo do trajeto que deve ser utilizado pelos meninos caso o resgate seja feito por meio de mergulho. Contudo, quando voltava do trajeto, Samarn ficou inconsciente e os esforços de seu colega para ressuscitá-lo não produziram resultado, informou a unidade SEAL.
"Vejo vocês hoje à noite em Tham Luang", disse Samarn, otimista, antes de terminar o vídeo e partir para a província de Chiang Rai, na fronteira com o Mianmar. Menos de uma semana depois, Samarn, ex-membro da unidade SEAL da Marinha tailandesa, morreria na caverna de Tham Luang, onde o grupo de 13 pessoas está desde o dia 23 de junho.
Samarn havia deixado a unidade em 2006 para trabalhar no resgate de emergência do principal aeroporto de Suvarnabhumi, em Bangcoc Em sua conta no Instagram, ele mostrava ser um ciclista ávido e postou várias fotos praticando mountain bike. Na quarta-feira, 4, publicou fotos dos trabalhos de resgate dentro e fora da caverna de Tham Luang.
Resgate
A Tailândia acompanhaou a saga dos 12 menores de idade (de 11 a 16 anos), membros de um time de futebol, e de seu treinador de 25 anos, que ficaram presos na caverna em 23 de junho com o aumento do nível da água.
O drama também foi acompanhado em todo mundo: centenas de jornalistas estrangeiros estavam na região da caverna e os meninos receberam mensagens de apoio de várias celebridades.
O comandante da junta militar que governa a Tailândia desde o golpe de Estado em 2014, general Prayut Chan-O-Cha, visitou o local na segunda-feira. "Todos podem se orgulhar", declarou Chan-O-Cha. Uma fonte que atua nas operações de resgate afirmou à AFP que as autoridades não fixaram um horário para a missão. "Mas garanto que todos estarão seguros", disse, ao demonstrar o otimismo dos socorristas.
Os meninos, do time "Javalis Selvagens", passaram nove dias na caverna até que dois mergulhadores britânicos conseguiram localizar o grupo, na segunda-feira da semana passada. Abatidos, os jovens estavam em uma rocha a mais de quatro quilômetros da entrada da caverna.
Após a localização, as equipes de resgate examinaram todas as soluções possíveis, desde a perfuração de túneis nas montanhas até a possibilidade, descartada, de aguardar por várias semanas pelo fim da temporada de monção.
Com a ameaça de mais chuva e o nível reduzido de oxigênio na galeria em que o grupo encontrou refúgio, as autoridades decidiram no domingo iniciar o resgate.
Os garotos de 11 a 16 anos e o treinador deles, de 25, ficaram presos na caverna depois que uma forte chuva inundou o local, no dia 23 de junho. Eles foram localizados dez dias depois, já desnutridos. A operação de resgate foi acelerada no fim de semana por causa da previsão de novas chuvas na região, o que poderia inviabilizar o resgate.