O Hamas anunciou neste sábado (14) uma trégua para acabar com os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza e os disparos de foguetes em direção ao território israelense, após os bombardeios mais importantes contra o enclave palestino desde a devastadora guerra de 2014.
A mediação do Egito permitiu o cessar-fogo, declarou o porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum. Já o exército hebreu não comentou o comunicado.
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Ataques aéreos de Israel
Dois adolescentes palestinos morreram em bombardeios aéreos do Exército israelense na Faixa de Gaza, neste sábado (14), considerados "o golpe mais duro" de Israel sobre o Hamas desde 2014 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após um dia de violentas manifestações que deixaram outro jovem palestino morto e centenas de feridos.
Netanyahu afirmou que "o Exército isralense infligiu seu golpe mais duro desde a operação 'Margem Protetora'", uma ofensiva em 2014 no enclave palestino.
A escalada dos ataques de Israel ocorreu depois de manifestações particularmente violentas na sexta-feira na fronteira com a Faixa de Gaza. Segundo o Ministério local da Saúde, um adolescente de 15 anos foi baleado ao leste da Cidade de Gaza, e outros 220 palestinos ficaram feridos.
Na tarde deste sábado, o Ministério da Saúde de Gaza informou que dois adolescentes palestinos de 15 e 16 anos morreram nesses bombardeios aéreos contra um prédio a oeste da Cidade de Gaza. Os jovens morreram quando estavam na rua, abaixo do prédio, que estava vazio no momento do bombardeio, disse a fonte.
Os ataques aéreos de sexta à noite ocorreram quase simultaneamente com o lançamento de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza no sul de Israel. O general Tzvika Haimovic das forças aéreas disse à imprensa que a campanha aérea "maciça" vai continuar, sem especificar quais são seus objetivos. "Estamos preparados para todos os cenários possíveis", resumiu.
Ataques e contra-ataques
Desde o dia 30 de março, a Faixa de Gaza é palco de protestos contra o bloqueio israelense e pelo direito de regresso dos palestinos às terras das quais fugiram ou foram expulsos com a criação de Israel, em 1948. Os soldados israelenses já mataram 140 palestinos desde que começou a mobilização.
Em nota, o Exército hebreu apontou que "aviões de ataque atingiram um túnel destinado a ações terroristas no sul da Faixa de Gaza, assim como vários locais terroristas situados em bases militares no conjunto".
Segundo testemunhas, os ataques não deixaram feridos, mas danificaram infraestruturas do movimento islâmico Hamas, no poder em Gaza desde 2007. "Os ataques foram uma resposta aos atos de terror durante os violentos protestos contra o território israelense através do lançamento de balões incendiários a partir da Faixa de Gaza", declarou um oficial.
Segundo o Exército, os militares lançaram granadas, artefatos explosivos, coquetéis molotov e pedras em direção aos soldados, e um militar ficou ferido.
Os bombardeios israelenses foram seguidos de "cerca de 31 disparos a partir da Faixa de Gaza em direção ao território de Israel, dos quais cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea", precisou o Exército.
O porta-voz do Hamas, Fauzi Bahum, reivindicou os disparos, explicando que foi uma "resposta imediata da resistência". Os disparos não deixaram feridos, segundo a mídia israelense.