ONDA MIGRATÓRIA

Colômbia regulariza 443.000 venezuelanos que migraram por crise

Os imigrantes poderão permanecer regularmente na Colômbia por dois anos

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Publicado em 02/08/2018 às 17:35
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Os imigrantes poderão permanecer regularmente na Colômbia por dois anos - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Cerca de 443.000 venezuelanos que migraram para a Colômbia empurrados pela crise econômica poderão permanecer regularmente no país por dois anos, segundo um decreto assinado nesta quinta-feira (2) pelo presidente Juan Manuel Santos. 

Desta forma, a Colômbia regularizou, nos últimos anos, 820.000 venezuelanos. "Isso é um marco internacional em matéria migratória", destacou Santos. 

Crítico severo do governo de Nicolás Maduro, Santos legalizou temporariamente a situação desses venezuelanos em meio à maior onda migratória até então jamais enfrentada pela Colômbia, um país que no passado viu milhares de seus cidadãos deixarem o país pela violência.

"Vamos continuar apoiando os venezuelanos e os retornados colombianos", destacou Santos a cinco dias de passar o poder a seu opositor de direita, Iván Duque. 

Segundo o governo, o decreto beneficia 442.462 venezuelanos que poderão ter acesso a serviços de saúde e educação e lhes permite trabalhar em condições legais.

Nações Unidas

As Nações Unidas felicitaram o governo colombiano por sua política de atenção aos venezuelanos, em um momento de tensão na Europa e nos Estados Unidos pelas migrações da África e da América Latina, respectivamente.  

Santos aproveitou a ocasião para reiterar suas críticas ao governo venezolano, que classifica de ditadura e com o qual mantém praticamente congeladas todas as suas relações. 

"Reitero minha condenação ao regime venezuelano. Um regime que não escuta e que se mantém em estado de negação total. Insisto em que permita um corredor humanitário para que alivie um pouco o sofrimento de seu povo", afirmou.

Mais de um milhão de pessoas entraram na Colômbia vindos da Venezuela nos últimos 16 meses, a maioria com a intenção de ficar, segundo as autoridades.

Em meio à deterioração das relações diplomáticas, a fronteira comum de 2.200 km se se tornou uma rota cada vez mais convulsa para o contrabando de drogas e da subsidiada gasolina venezuelana.

Na região também estão presentes grupos armados ilegais.

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