POLÊMICA

Papa recomenda silêncio e oração para combater divisões

Papa Francisco foi alvo de ataques de um setor ultraconservador da Igreja

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Publicado em 03/09/2018 às 14:53
Foto: Alberto Pizzoli/ AF
Papa Francisco foi alvo de ataques de um setor ultraconservador da Igreja - FOTO: Foto: Alberto Pizzoli/ AF
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O papa Francisco, alvo de ataques de um setor ultraconservador da Igreja, afirmou nesta segunda-feira que "o silêncio e a oração" podem combater "o escândalo e a divisão".

Acusado por um padre conservador italiano de ter acobertado durante cinco anos o cardeal americano Theodore McCarrick, suspeito de cometer abusos sexuais, o pontífice se negou na semana passada a fazer declarações sobre o caso.

Em um sermão durante sua primeira missa matinal na residência de Santa Marta no Vaticano, depois de um recesso de verão, voltou a defender o silêncio.

"Com as pessoas que não têm uma boa vontade, com as pessoas que apenas buscam o escândalo, que buscam apenas a divisão, que buscam apenas a destruição, inclusive dentro das famílias: o silêncio. E a oração", afirmou, de acordo com um site de notícias do Vaticano.

Ignorado acusações

Em um panfleto publicado durante a visita do papa a Irlanda no fim de agosto, o arcebispo Carlo Maria Vigano, que foi embaixador do Vaticano em Washington entre 2011 e 2016, acusou Francisco de ter ignorado todas as acusações contra o cardeal Theodore McCarrick, apresentado como um abusador, com comportamento "gravemente imoral" com seminaristas e padres.

Em uma carta divulgada no sábado, Vigano fez novas acusações contra o papa Francisco, desta vez sobre seu encontro com uma fervorosa opositora ao casamento gay, Kim Davis, durante sua visita a Washington em 2015. 

Nesta carta, Vigano afirma que o papa Francisco, que nunca escondeu sua oposição ao casamento gay, foi informado sobre a personalidade de Davis, polêmica secretária judicial do condado de Kentucky, sudeste dos Estados Unidos, que se recusou a assinar certidões de casamento de pessoas do mesmo sexo, apesar da pressão judicial, inclusive da Suprema Corte, e de ter sido detida por alguns dias. 

Na ocasião, o Vaticano informou que o papa somente a cumprimentou, mas que não sabia realmente que setor representava, em uma recepção com "dezenas de convidados" na embaixada do Vaticano em Washington.

Esta versão foi confirmada no domingo em uma revista jesuíta americana por Federico Lombardi, que em 2015 era porta-voz do Vaticano. 

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