VENEZUELA

Secretário da OEA diz que não se deve descartar 'intervenção militar' na Venezuela

O secretário Luis Almagro acusou o governo de Nicolás Maduro de violar direitos humanos

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Publicado em 15/09/2018 às 11:13
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O secretário Luis Almagro acusou o governo de Nicolás Maduro de violar direitos humanos - FOTO: Foto: AFP
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O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, declarou nesta sexta-feira (14) que não se deve descartar "uma intervenção militar" na Venezuela para "derrubar" o governo de Nicolás Maduro, que responsabiliza pela crise humanitária e migratória dos venezuelanos.

"Sobre a intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro, acredito que não devemos descartar qualquer opção", disse Almagro em entrevista coletiva na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela.

O chefe da Organização dos Estados Americanos (OEA), cuja atitude Maduro tem qualificado de "ingerencista", justificou sua declaração diante das "violações dos direitos humanos e dos crimes contra a humanidade" cometidos pelo governo venezuelano contra seu povo.

"O sofrimento do povo, o êxodo induzido que está promovendo torna as ações diplomáticas prioritárias, mas não devemos descartar qualquer opção".

Almagro acusou o governo chavista de reprimir seu povo de uma forma diferente das "demais ditaduras" que já existiram na América. "Neste caso é a miséria, a fome, a falta de medicamentos, como instrumentos repressivos para impor a vontade política ao povo, e isto é inadmissível".

Almagro visitou nesta sexta-feira abrigos e refeitórios comunitários disponibilizados pela Colômbia para os milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da profunda crise em seu país.

"Temos que recuperar a democracia na #Venezuela para que todos os imigrantes venezuelanos possam voltar ao seu país e também recuperem sua liberdade e bem-estar", escreveu Almagro no Twitter de Cúcuta.

Em seu último dia de visita à Colômbia, Almagro compartilhou com dezenas de venezuelanos que se alimentam diariamente no refeitório comunitário da Casa de Passagem da Divina Providência, administrado pela Igreja Católica, no principal ponto de entrada dos migrantes ao país.

A crise migratória "se resolve com vocês de volta na Venezuela, livres e capazes de seguir seu futuro, capazes de trabalhar seu futuro", disse o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA) após ouvir testemunhos dos migrantes.

Crise na Venezuela

Segundo a ONU, cerca de 2,3 milhões de pessoas deixaram desde de 2014 a Venezuela, atingida por uma profunda crise econômica. A Colômbia recebeu mais de 1 milhão, e regularizou 820.000.

Os venezuelanos pediram a Almagro que ele trabalhe pela "liberdade" de seu país e para que o presidente Nicolás Maduro deixe o poder. 

Almagro, que chegou na quarta-feira a Bogotá, também visitou o Centro de Atenção Transitória ao Migrante da Cruz Vermelha e a ponte internacional Simón Bolívar - principal passagem fronteiriça entre ambas as nações - para acompanhar os processos de controle e assistência humanitária aos migrantes.

O secretário da OEA também se reuniu com autoridades locais e departamentais, e com o sistema de atenção da ONU na região. 

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