Entre os meses de agosto e dezembro de 2017, muçulmanos que viviam, principalmente, no Estado de Rakhine foram obrigados a deixar Mianmar após ofensivas do exército. A Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Penal Internacional (TPI) ameaçaram processar os líderes militares do país. A ONU definiu que os militares de Mianmar devem ser investigados por "intenção genocida".
De acordo com a brasileira Sunny Guidotti, que mora em Mianmar a muitos anos e trabalha para o Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência (Unicef), o Estado de Rhakine é uma das regiões mais desfavorecidas economicamente e socialmente de Mianmar. "A falta de desenvolvimento na região é sentida em todos os grupos étnicos. No norte de Rhakine a expulsão no ano passado ainda é sentida. Os muçulmanos continuam a enfrentar diversas dificuldades, dentre elas, a de locomoção. O que limita severamente o acesso a serviços básicos e meios de subsistência. Por exemplo, 210 das 222 escolas estavam abertas, mas com uma grande redução de estudantes que frequentam a escola. Uma escola primária que teve 150 alunos no ano passado, hoje só conta com 50", relatou Sunny.
O arcebispo de Yangon, capital de Mianmar, cardeal Charles Maung Bo afirmou que o país está vivendo uma fase difícil. “Milhões de jovens aguardam oportunidade de trabalho. Milhares de trabalhadores migrantes esperam poder voltar para suas casas. O país aguarda com esperança. O país aguarda um nova aurora de paz”, declarou o cardeal, que foi o anfitrião do Papa Francisco em sua visita ao país, em novembro do ano passado", declarou.
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