A crise econômica na Venezuela está causando um fluxo migratório sem precedentes em todo o mundo, mas, em particular, na América Latina. Pelo menos 2,5 milhões de pessoas - de 8% da população venezuelana - deixaram o país nos últimos anos em razão da crise.
O aumento do número de imigrantes venezuelanos na América Latina foi de 896% nos últimos dois anos. Até o fim deste ano, a estimativa é de que mais 2 milhões busquem refúgio em nações vizinhas.
Os números estão no estudo "O desafio da migração venezuelana para a região", de Francesca Ramos Pismataro, da Universidade de Rosário, na Colômbia, apresentado ontem na 15.ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, sobre gerenciamento de crises internacionais.
Em relação a outros países latinos, o Brasil recebeu poucas pessoas, de 2015 para cá, cerca de 100 mil. O Chile recebeu mais de 300 mil refugiados, e o Peru, quase 400 mil. A Colômbia foi a recordista: quase 2 milhões de venezuelanos se mudaram para o país no mesmo período.
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"A Venezuela é um país de acolhida. Por isso, tem sido tão difícil para o país manejar essa situação, que teve início, timidamente, no fim dos anos 90 por conta dos mais diversos acontecimentos políticos", afirmou a especialista Milagros Betancourt, da Universidade Católica Andrés Bello, da Venezuela, que também participou da conferência.
Representante brasileiro
O ministro da Defesa do Brasil, general Joaquim Silva e Luna, participou do evento. Ele esteve na Venezuela há duas semanas para uma reunião no Ministério da Defesa. "A estratégia do Brasil para os países do entorno é de cooperação. Buscamos trabalhar em relações bilaterais", explicou. "O diálogo existe e o País está buscando saídas. Fora isso, não visualizamos nenhum outro tipo de solução que envolva meios militares."