O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nessa terça-feira (15) uma importante reforma ministerial com a qual espera dar um novo estímulo ao governo e conter a queda de popularidade nas pesquisas.
Macron reorganizou o governo para constituir "uma equipe renovada, dotada de um segundo impulso, mas cujo mandato continua sendo o mesmo", afirma um comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência.
"Esta equipe de governo vai atuar na continuidade da política desenvolvida pelo governo e do calendário de reformas dos próximos meses", completa a nota.
As mudanças foram anunciadas duas semanas depois da inesperada renúncia do ministro do Interior, Gérard Collomb, que será substituído por Christophe Castaner, um dos mais fiéis aliados do presidente.
Castaner, ex-militante socialista, ocupava a secretaria de Relações com o Parlamento e era o delegado geral do partido criado por Macron, A República em Marcha (LREM).
Em sua nova função, Castaner terá como principal auxiliar Laurent Nuñez, titular da Direção Geral de Segurança Interna (DGSI), designado secretário de Estado.
O deputado de centro-direita Franck Riester foi nomeado ministro da Cultura em substituição a Françoise Nyssen, envolvida em um escândalo pela reforma da sede de sua editora.
O centrista Marc Fesneau, líder da bancada parlamentar MoDem, foi designado ministro das Relações com o Parlamento, cargo anterior de Castaner.
Sua colega de partido Jacqueline Gourault assumirá o ministério da Coesão dos Territórios, cargo ocupado até agora por Jacques Mézard.
O ex-senador socialista Didier Guillaume será o novo ministro da Agricultura.
Renúncia
A renúncia de Collomb em 3 de outubro abriu uma nova crise no governo de Emmanuel Macron, cuja popularidade está em queda livre, pouco mais de um ano depois de chegar ao poder.
A relação de Macron com Collomb piorou com o "caso Benalla", sobrenome do ex-agente de segurança do presidente que foi filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio.
Convocado a comparecer a uma comissão de inquérito no Parlamento, Gérard Collomb se defendeu da acusação de ter acobertado Alexandre Benalla e atribuiu a má gestão do caso à presidência, que não informou os fatos à justiça.
Antes de Collomb, o popular ministro da Ecologia Nicolas Hulot renunciou ao cargo em agosto, sem aviso prévio, durante uma entrevista na qual afirmou que estava sozinho nas questões de meio ambiente.
Outra figura popular, a ministra dos Esportes Laura Flessel, também já havia deixado o governo.
O nome de Christophe Castaner, ex-deputado socialista e um dos maiores aliados de Macron, era citada há vários dias como um possível substituto de Collomb, que deixou o governo e retornou ao cargo de prefeito de Lyon.
Castaner, 52 anos, é recompensado por sua lealdade ao presidente, que conheceu em 2013 quando este último era secretário-geral do Palácio do Eliseu e ele deputado.
Castaner apoiou Macron desde o início de sua improvável campanha pela presidência.
O novo governo é formado 34 pessoas, incluindo 17 mulheres, em respeito ao princípio de paridade de sexos, um desejo de Marco e do primeiro-ministro Edouard Philippe, destacou o Palácio do Eliseu.