GUERRA COMERCIAL

China promete abrir mais seu mercado diante das crescentes críticas

Presidente chinês disse que seu país aumentará seus esforços para abrir seu mercado e aumentar suas compras no exterior, mas não anunciou medidas concretas

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Publicado em 05/11/2018 às 15:43
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Presidente chinês disse que seu país aumentará seus esforços para abrir seu mercado e aumentar suas compras no exterior, mas não anunciou medidas concretas - FOTO: Foto: ALY SONG / POOL / AFP
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O presidente Xi Jinping mais uma vez prometeu nesta segunda-feira uma abertura maior do mercado chinês às importações, uma repreensão velada aos Estados Unidos de Donald Trump e a todos que acusam Pequim de não cumprir suas promessas de reformas.

Ante um auditório lotado por dirigentes mundiais na primeira Exposição Internacional de Importações, realizada em Xangai, o presidente chinês disse que seu país aumentará seus esforços para abrir seu mercado e aumentar suas compras no exterior, mas não anunciou medidas concretas.

"Vamos promover um ambiente de negócios de classe mundial", prometeu o líder da segunda maior economia do mundo, que celebra o 40º aniversário deste ano do lançamento da era de reformas e abertura.

"As portas da China nunca mais serão fechadas, elas se abrirão mais", disse o presidente chinês a personalidades como o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; e o fundador da Microsoft, Bill Gates.

"Há margem para reformais ainda mais o mercado interno da China, o que colaboraria para reforçar o sistema mundial, e para adotar reformas que ajudariam a liberar integralmente o potencial de tantas empresas do setor privado", indicou Lagarde em seu discurso. 

A Exposição Internacional de Importações, realizada durante esta semana na capital econômica chinesa, é vista como uma resposta à guerra comercial lançada em julho pelo presidente Donald Trump, descontente com o colossal déficit acumulado por seu país.

Sem citar diretamente os Estados Unidos, o presidente chinês denunciou o "protecionismo" e o "isolacionismo" e considerou que todos os países deveriam por em ordem seus assuntos antes de criticar os dos demais.

"Eles não devem apontar para os outros para esquecer dos seus próprios problemas", insistiu Xi. 

Tanto a China quanto os Estados Unidos aplicaram tarifas punitivas às suas respectivas importações, mas o superávit chinês continuou batendo recordes nos últimos meses.

'Divisão equitativa'

Cerca de metade das importações chinesas aos Estados Unidos já estão submetidas às tarifas, e Donald Trump ameaçou aplicá-las a todos os produtos chineses. E o governo de Trump não está representado neste fórum em Xangai. 

Trump e Xi se encontrarão no fim do mês, à margem de uma cúpula internacional na Argentina, um evento que alimenta esperanças de relaxamento das tensões comerciais. 

No entanto, o sucesso retumbante do comércio chinês gera críticas também fora dos Estados Unidos. 

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, que falou depois de Xi, lembrou que o comércio entre seu país e a China se multiplicou praticamente por oito em dez anos, uma amostra dos investimentos colossais de Pequim na África.

"Esse comércio, no entanto, é muito desequilibrado a favor da China, e é importante corrigir esse desequilíbrio a fim de conseguir uma distribuição equitativa dos frutos do comércio", disse ele.

Mais de 3.000 empresas estrangeiras de 130 países estão presentes na feira de Xangai, muitas delas empresas americanas como General Motors, Ford, Walmart e Tesla.

Vários atores pediram à China, na véspera deste fórum, que tome medidas para abrir ainda mais seu mercado. Os embaixadores da França e da Alemanha pediram a Pequim, em um artigo publicado na imprensa chinesa, que "faça mais" para garantir a "concorrência justa" às empresas estrangeiras. 

As companhias e os governos estrangeiros reclamam regularmente das barreiras que enfrentam na China, entre regulamentações obscuras, burocracia, discriminações ante grupos estatais chineses e a relativa proteção da propriedade intelectual. 

A China ocupa o 59º lugar entre os 62 países analisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em termos de abertura ao investimento estrangeiro.

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