O procurador-geral saudita eximiu o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, nesta quinta-feira (15), de qualquer envolvimento no assassinato do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, cometido em 2 de outubro, no consulado de seu país, em Istambul.
O príncipe herdeiro não estava a par do caso, afirmou o porta-voz do procurador-geral, em resposta à pergunta de um jornalista.
Segundo o mesmo porta-voz, o subdiretor dos serviços de Inteligência, general Ahmed al-Asiri, ordenou que Khashoggi fosse levado por bem, ou por mal, mas o chefe da equipe de "negociadores" enviados ao local ordenou matá-lo.
A Procuradoria pediu nesta quinta-feira a pena de morte para cinco acusados do assassinato de Khashoggi e afirmou que o jornalista foi drogado e esquartejado no consulado.
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Turquia
Também nesta quinta, o procurador-geral pediu à Turquia que firme um acordo "especial" de cooperação para investigar o homicídio.
O objetivo deste "mecanismo específico" é fornecer à Turquia os resultados da investigação saudita e obter de Ancara as "provas e a informação pertinente" que tem sobre o assunto, completou o procurador, que agora "espera uma resposta".
A Turquia alega que as explicações sauditas são "insuficientes" neste caso e insiste no caráter premeditado do assassinato.
"Todas estas medidas são certamente positivas, mas também insuficientes", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu.
"Este assassinato, como já dissemos, foi planejado", acrescentou, rejeitando a versão de que os assassinos de Khashoggi tentaram primeiro trazê-lo de volta ao país.