Robert Mueller, o procurador especial dos Estados Unidos que comanda a investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, recomendou nessa terça-feira (4) que Michael Flynn, ex-assessor do presidente Donald Trump, não seja condenado à prisão, devido a sua colaboração.
"Devido à assistência substancial do acusado e outras considerações que serão detalhadas em seguida, uma sentença no extremo inferior da escala prevista - incluindo uma sentença que não impõe um período de encarceramento - é apropriada e está justificada", afirmou Mueller em um documento judicial.
Flynn, assessor de Trump na campanha presidencial de 2016 e ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, se declarou culpado em 2017 de ter mentido ao FBI, principalmente sobre suas conversas com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak.
"O acusado ajudou com várias investigações em curso", explica o documento judicial, que cita a investigação "relacionada aos vínculos ou à coordenação entre o governo russo e as pessoas associadas à equipe de campanha do presidente Donald J. Trump".
Missão
O procurador também se referiu à participação de Flynn em 19 entrevistas com sua equipe ou outros advogados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O procurador especial tem como principal missão determinar se aconteceu um conluio entre os funcionários russos e a equipe de campanha de Trump em 2016, uma investigação frequentemente chamada de "caça às bruxas" pelo presidente, que também critica Mueller com veemência.