Tsunami

Brincadeiras e música para crianças após tsunami na Indonésia

Socorristas afirmam que crianças são as mais afetadas pela catástrofe

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Publicado em 27/12/2018 às 13:25
MOHD RASFAN / AFP
Socorristas afirmam que crianças são as mais afetadas pela catástrofe - FOTO: MOHD RASFAN / AFP
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Via Sundari Octavia não tira os olhos dos filhos enquanto cantam e brincam com outras crianças durante um workshop que tenta aliviar o trauma do tsunami que devastou a costa do estreito de Sunda, na Indonésia.

Para os educadores que animam este programa em uma quadra de futebol transformada em um centro para desabrigados na cidade de Labuan, a ideia é simples: a brincadeira deve permitir que as crianças esqueçam por algum momento o que vivenciaram neste fim de semana, quando uma onda gigante cruzou o estreito que separa as ilhas de Java e Sumatra.

De acordo com especialistas, a tragédia foi provocada por uma erupção moderada do Anak Krakatoa, "filho" do lendário vulcão Krakatoa, o que causou um afundamento submarino de uma parte do vulcão e o deslocamento de massas de água.

O balanço mais recente até agora é de 430 mortos, 1.495 feridos e 159 desaparecidos.

Octavia, 30 anos, o marido, seu bebê e dois filhos, de três e cinco anos, conseguiram se salvar, mas perderam quase todos os seus bens.

"Minha casa foi varrida pelas ondas", disse Octavia à AFP, sentada em uma lona. Atrás dela, as roupas estão secando. "Eu só consegui salvar alguns bens. O restante desapareceu", relata.

Afetados psicologicamente

Em outros abrigos, folhas são distribuídas às crianças para que possam desenhar, bem como bichinhos de pelúcia e brinquedos.

Por todos os lados, voluntários de associações de ajuda estão atentos a sinais de trauma ligados ao tsunami, como perda de apetite, ou dificuldades para dormir.

"Há muitas crianças afetadas psicologicamente", observa Dina Amanah Tayusani, da associação Anak Banten.

"Algumas perderam seus pais, muitas perderam a casa, suas coisas", acrescenta.

Os médicos lamentam a falta de medicamentos e reservas de água potável e temem uma crise de saúde.

Cerca de 22 mil pessoas estão desabrigadas, e as crianças são claramente as pessoas mais vulneráveis, afirma Michel Rooijackers, da organização Yayasan Sayangi Tunas Cilik, parceira da associação Save the Children na Indonésia.

Além da recepção e da distribuição de kits de higiene, essa associação criou espaços para ajudar crianças em sofrimento.

"A situação nos abrigos temporários está melhorando, mas ainda não é ótima", reconhece Rooijackers.

"É muito útil. Meus filhos podem conhecer outras crianças e não ficam entediados", afirma Octavia.

"Meu filho me disse: 'Mamãe, agora estamos de férias'. Comecei a chorar, porque, na realidade, estamos sofrendo muito", desabafou.

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