O presidente americano, Donald Trump, manteve, nesta quinta-feira (27), o tom desafiador diante da falta de acordo orçamentário pela negativa do presidente de dar o braço a torcer em sua demanda de financiar a construção de um muro de US$ 5 bilhões na fronteira com o México - o que levou à paralisação parcial do governo, que entra no sexto dia.
Adversários e alguns expoentes do Partido Republicano acusam o presidente de inflar o problema da imigração para fins políticos e garantem que um muro não é a melhor maneira de garantir a segurança na fronteira.
Em retaliação, Trump se recusa a assinar um pacote mais amplo de despesas, forçando setores do governo federal a interromper suas atividades devido à falta de fundos e deixando cerca de 800.000 funcionários federais de licença não remunerada.
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Nenhuma das duas partes mexeu peças no tabuleiro político e nesta quinta-feira, Trump manteve o tom de desafio.
"Os democratas finalmente se deram conta de que precisamos desesperadamente de segurança na fronteira e de um muro na fronteira sul?", escreveu no Twitter, apenas três horas após ter chegado de uma visita surpresa a tropas americanas no Iraque.
"Precisamos evitar que as drogas, o tráfico de pessoas, os membros de gangues e os delinquentes entrem em nosso país", afirmou.
Trump acabara de voltar de uma cansativa viagem de ida e volta ao Iraque, em sua primeira visita a tropas dos Estados Unidos em zona de conflito desde que chegou ao poder.
Dick Turbin, senador democrata veterano, respondeu com seu próprio tuíte: "Não vislumbramos o gim do fechamento parcial do governo do presidente. Está tomando nosso governo como refém por sua escandalosa exigência de um muro fronteiriço de 5 bilhões, que seria desperdício e ineficaz".
Nesta quinta, o governo entrou no sexto dia de paralisação parcial.
Migrantes
O presidente exige que a lei orçamentária aloque 5 bilhões de dólares para financiar o muro na fronteira, com o qual busca impedir a imigração ilegal na fronteira com o México, proposta central da campanha eleitoral que o levou ao poder.
A gestão do fluxo de migrantes ilegais na fronteira complicou-se com a afluência de famílias e crianças pequenas, quando há alguns anos eram majoritariamente homens que entravam clandestinamente no país.
Neste novo contexto, duas crianças guatemaltecas morreram este mês de doenças não reveladas, estando sob custódia de autoridades americanas e a secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, disse que se requeriam "medidas de proteção extraordinária" para gerir o fluxo de migrantes.