Os servidores do sistema penal do Rio de Janeiro se posicionaram favoravelmente à intervenção federal na Segurança Pública do Estado anunciada nessa sexta-feira (16) pelo governo federal. O apoio, porém, é condicionado à valorização dos profissionais que já atuam nas penitenciárias. Em comunicado, o sindicato que representa esse grupo de funcionários públicos, o Sindisistema Penal RJ, afirmou que, embora aceite a intervenção, vai atuar para frustrar interferências que possam gerar conflitos.
Ainda acrescentou que os profissionais contratados pelo Estado não vão acatar "caprichos e vaidades" dos interventores e garantiram que vão dar todas as informações pedidas pelas forças armadas, desde que os militares demonstrem estar comprometidos com o "respeito e valorização dos inspetores penitenciários".
O sindicato também ressaltou os problemas estruturais nas prisões, como superlotações e o quadro reduzido de trabalhadores "A crise tão propagandeada de que o sistema penitenciário tornou-se o 'escritório do crime' não pode ser imputada aos inspetores penitenciários, pois estes vêm demonstrando um nível de controle das unidades prisionais acima da média, se comparado a outros entes federados", afirma.
Crise
Os servidores públicos do sistema penal creditam a crise na segurança do Rio à "omissão do Estado brasileiro para com o sistema" e afirmam que não serão "subservientes a caprichos ou vaidades que nos imponham responsabilidade" pelos problemas do sistema penal.
No comunicado, reivindicam o pagamento do 13º salário de 2017 e de promoções e autorizações para o uso de alguns armamentos permitidos a outras forças de segurança, como os de calibre 9 mm, além da convocação de aprovados nos concursos de 2003, 2006 e 2012. "Que a intervenção venha de forma positiva e com a valorização de todos os profissionais", traz o comunicado.