O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, negou nesta sexta-feira (20) que haja veto na ala do PSB no Estado ao nome do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. No âmbito local, o partido busca a retomada da aliança do PSB com o PT, que pode ser afetada por uma candidatura de Barbosa à presidência da República. “Nunca houve nenhuma discussão sobre isso”, afirmou Paulo Câmara em evento no Lide Pernambuco.
“Não há candidatura ainda, não há ainda nem pré-candidatura”, disse, no entanto. O governador explicou que novas discussões deverão ser feitas até o partido chegar a uma definição. “O ministro se mostrou ainda querendo conhecer também as pessoas, o que o PSB tem de programas, e os membros do partido também, de conhecer o ministro. Ele tem grandes contribuições como membro do Ministério Público, como ministro do Supremo Tribunal Federal, mas a gente precisa conversar mais”, disse Paulo Câmara.
“Vai exigir realmente um conhecimento de Brasil, do que a gente quer para o Brasil e das propostas”. Antes da filiação de Joaquim Barbosa ao PSB, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, aliado do governador, havia defendido que o nome para 2018 fosse oriundo da política. “Que conheça o que está falando”, afirmou em dezembro do ano passado. Paulo Câmara e Geraldo Julio estiveram na primeira reunião de Barbosa com a comissão eleitoral do PSB, em Brasília, nessa quinta-feira (19). O prefeito agora adota tom receptivo ao ex-ministro do Supremo.
O nome de Joaquim Barbosa foi comentado por diversos políticos no evento desta sexta-feira. Questionado se a candidatura de Joaquim Barbosa pode afetar a possibilidade de aliança com o PT, Paulo Câmara afirmou que o cenário ainda está indefinido. “Aqui em Pernambuco também, com exceção da possibilidade da nossa continuidade. A oposição não lançou também candidato. A gente tem muito o que fazer em termos administrativos e eu sempre jogo essa questão mais para a frente”, afirmou.
CRÍTICAS A BARBOSA
Carlos Marun criticou Joaquim Barbosa. “Não vejo nele nada que sinalize as condições para ser um comandante não mais de um processo de salvação nacional, mas de consolidação dos avanços já conquistados”, afirmou. “As coisas não são assim, como se não tivesse mais nada que fazer vou ser presidente da República. Eu até respeito o ex-ministro, todavia ele não vai ter meu voto”.
Questionado sobre o tema, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação que deixou o cargo por causa das eleições, respondeu: “Li uma declaração de que ele precisava se convencer da disposição de ser candidato. Se ele depende de se convencer, imagina convencer os outros”. O democrata disse, porém, que a possível candidatura de Joaquim Barbosa é legítima e “uma coisa natural”. O deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) afirmou que Barbosa terá que dar explicações se confirmar a candidatura. “Pressão por pressão, nada pode ser maior do que a presidência da República. Não dizia que não tinha condições de saúde?”, falou o parlamentar sobre os motivos apontados para ter se aposentado de forma precoce, em 2014.
“Essa eleição vai ser uma maravilha. Vamos acabar com muitos discursos falsos e engôdos. Geraldo Julio e Paulo Câmara sentaram conosco para discutir o impeachment de Dilma”, lembrou sobre os agora correligionários de Barbosa que buscam aliança com o PT. “Não vamos discutir isso. O deputado federal Bruno Araújo, eu não sei que debate ele quer fazer sobre essas questões. Eu quero discutir o futuro do Brasil, não quero discutir o passado e não vou discutir essas questões menores”, respondeu Paulo Câmara.