O governador Paulo Câmara (PSB) se reúne hoje em São Paulo com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), um dia após uma ala do PT de Pernambuco ter apresentado formalmente uma proposta de que a sigla apoie a reeleição do socialista no Estado. O PSB sinaliza com uma das vagas do Senado para Humberto Costa (PT).
A visita de Paulo a Haddad, visto como um “plano B” do PT na corrida presidencial, é mais um gesto em direção à cúpula do PT. O governador já se reuniu com o ex-presidente Lula; com a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT; e com Alexandre Padilha, vice-presidente do partido. O PSB aposta em uma sinalização da Direção Nacional do PT pela aliança.
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Segundo um socialista, o ideal é que o gesto ocorresse antes do dia 12, data em que o PT estadual fará um encontro para decidir a tática eleitoral no Estado. Para o governo, a prisão de Lula atrasou o entendimento. “Os partidos de esquerda estão se unindo. E aqui em Pernambuco a gente tem alianças históricas de muito tempo. A eleição de 2010 foi o momento de uma aliança importante. Essa aliança pode vir a acontecer (em 2018). A gente acha que ela é uma coisa natural, sobretudo com o que está acontecendo em Brasília”, afirmou o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), após criticar o governo Michel Temer (MDB).
Proposta
O documento defendendo a aliança com o PSB foi apresentado ontem pelo vice-presidente do PT-PE, Oscar Barreto, e integrantes da executiva e da direção estadual do partido. “Precisamos sair do isolamento”, afirma o texto. Barreto afirma que a prisão de Lula mudou o cenário político em relação ao ano passado, quando o partido decidiu ter candidatura própria.
Na contramão, a deputada estadual Teresa Leitão acredita que o debate da aliança é subjacente. “Não tinha sido colocado abertamente. Temos que ver se cabe ou não. A tese aprovada no nosso congresso foi de candidatura própria, temos três candidatos. Eu sou contra a aliança, nesse momento. Acho que o PT não ganha nada com isso.
Para o presidente estadual da legenda, Bruno Ribeiro, as duas possibilidades são legítimas, mas ele pondera. “As articulações com vistas à uma aliança se dão pela direção nacional e não só com PSB”, disse. Procurada, a pré-candidata Marília Arraes (PT) não se pronunciou.