O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira (10), em rápida entrevista por telefone ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), que acha muito difícil haver uma candidatura única de centro à Presidência da República nas eleições deste ano. Diante desse cenário, ele disse que seu partido, o MDB, continua tendo duas opções de candidatos: ele próprio e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
"Andei falando aqui numa coisa que não deu certo, que era tentar um único candidato de centro. E essa candidatura de centro já vi que não prospera uma única candidatura. Acho difícil. Tenho falado com algumas pessoas e vejo que é um pouco complicado. Então, tenho que deixar o quadro tal como está, como estava antes. Depois, até o mês de julho, decide-se o que vai se fazer", declarou o presidente da República.
Temer afirmou que hoje não descarta nenhuma possibilidade, nem mesmo um eventual apoio ao ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB e com o qual interlocutores do presidente já iniciaram diálogo sobre possível aliança eleitoral. "Hoje não descarto nada. Não descarto candidatura, não descarto nada. O futuro vai dizer. E o futuro é agora em julho", disse.
Além de Alckmin, Temer e Meirelles, figuram como pré-candidatos de centro à Presidência na disputa deste ano o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o senador Álvaro Dias (Podemos-PR); o empresário Flávio Rocha (PRB), dono das lojas Riachuelo; o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro (PSC); e do empresário João Amoedo (Novo).
Os principais pontos da entrevista de Temer
Presidente, o senhor desistiu de ser candidato à reeleição como seus aliados falam nos bastidores?
Deixa eu contar para você: isso é uma matéria que só vai ser solucionada em julho. Você sabe que o PMDB tem duas opções: tem a mim e tem ao Meirelles. E isso vai seguir até julho. Essas definições finais, você vê que só se dão no mês de julho, não se dão agora.
O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que está na mesa, sim, o partido não ter candidatura própria à Presidência.
É porque tem gente no PMDB, dois ou três diretórios, que não querem candidatura própria para poderem fazer os acordos lá mais confortavelmente. Mas só isso. Nada mais que isso. Vai rodar muita água pela frente.
Mas o senhor descarta ser candidato?
Por enquanto, não tem nem sou nem não sou. Porque, na verdade, andei falando aqui numa coisa que não deu certo, que era tentar um único candidato de centro. E essa candidatura de centro já vi que não prospera uma única candidatura. Acho difícil. Tenho falado com algumas pessoas e vejo que é um pouco complicado. Então, tenho que deixar o quadro tal como está, como estava antes. Depois, até o mês de julho, decide-se o que vai se fazer
É possível o MDB apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB)?
Hoje não descarto nada. Não descarto candidatura, não descarto nada. O futuro vai dizer. E o futuro é agora em julho.
Dos candidatos do centro, quem o senhor avalia estar mais bem posicionado?
Não posso dizer nada a respeito disso, né. Estão todos muito bem posicionados (risos).
Como o senhor avalia a decisão do ex-ministro Joaquim Barbosa de não disputar o Planalto pelo PSB?
Seria um candidato competitivo, mas foi uma decisão pessoal, como acontece nessas coisas todas. As pessoas que decidem. Agora, seria um candidato competitivo, sem dúvida.
A saída dele favorece o campo do centro?
Não sei dizer. Olhe, não tem nada definido.