O Partido dos Trabalhadores, às vésperas das eleições para decidir à Presidência do Brasil, vive um dilema. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, as decisões tomadas pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), estariam afastando o partido petista de outras lideranças de esquerda. Entre essas disputas internas, a dificuldade seria conseguir um pré-candidato a vice, que ocuparia a função de participar da corrida eleitoral na possível candidatura do ex-presidente Lula, mesmo continuando preso em Curitiba.
Com o pedido de liminar efetuado pelo PT, para garantir a presença de um candidato nas séries de entrevistas com os pré-candidatos à Presidência, o partido já estaria oficializando o isolamento da candidatura de Lula.
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No momento, as opções do Partido dos Trabalhadores seria o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-ministro Jaques Wagner ou o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad. O objetivo seria inscrever Lula até o dia 15 de agosto e com a sequência do julgamento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a sua impugnação com base na Lei da Ficha Limpa, o partido entra em ação e indicaria o candidato substituto.
Alianças
Após trocar farpas com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou no último sábado (5), que a chance de uma aliança entre os dois partidos no primeiro turno das eleições presidenciais é "próxima de zero".
O presidenciável disse que já está procurando outros nomes e conversando com os outros partidos para vice de sua chapa, mas deixou claro que uma negociação com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria bem recebida.
Na última semana, a senadora Gleisi Hoffmann afirmou que uma conversa com Ciro Gomes não aconteceria "nem com reza brava". Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Ciro respondeu que tinha "pena" da presidente do PT.
Ele procurou explicar a declaração dizendo que lamentava o que a presidente do PT pensa. "Eu tenho pena de ela pensar e dizer isso porque temos que tomar muito cuidado inclusive para explicitar nossas diferenças", afirmou o pré-candidato, fazendo uma crítica indireta à cúpula petista.
"Para algumas pessoas, que não tem treinamento, que não tem nível, que não tem vida crítica, não conhece o País, outros valores importantes parecem prevalecer sobre o valor maior, que é o nosso País e a sorte do nosso povo", declarou. Ciro negou, no entanto, que estivesse referindo-se diretamente a Gleisi Hoffmann.
Ele destacou que não está procurando aproximação com o PT, mas deixou claro que ainda espera uma negociação com o partido. "Claro que seria um apoio bem-vindo, só que sou um homem vivido e a natureza do PT, e eu compreendo e respeito, é ter o seu próprio candidato." Ele repetiu que é preciso "respeitar o PT e dar a eles o tempo que eles precisam".