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Lula estimula PT a manter diálogo com Paulo Câmara

Paulo Câmara e Gleisi Hoffmann acertaram que Lula seria consultado sobre aliança do PT com PSB em Pernambuco

Luisa Farias e Paulo Veras
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Luisa Farias e Paulo Veras
Publicado em 18/05/2018 às 7:09
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Paulo Câmara e Gleisi Hoffmann acertaram que Lula seria consultado sobre aliança do PT com PSB em Pernambuco - FOTO: Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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O ex-presidente Lula (PT) estimulou o PT a manter o diálogo com o governador Paulo Câmara (PSB) e possíveis aliados de outros partidos nos estados. “Ele me recomendou que mantivesse o debate com os demais partidos. Ele quer que o seu plano de governo reflita, inclusive, as boas ideias de governadores como Flávio Dino (PCdoB), como o Paulo Câmara (PSB), como o Ricardo Coutinho (PSB)”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), após visita a Lula na carceragem da Polícia Federal em Curitiba junto com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Após o jantar entre Paulo e Gleisi em Brasília, ficou acertado que Lula seria consultado sobre o interesse em uma aliança entre PT e PSB em Pernambuco, rifando a candidatura ao governo da vereadora do Recife Marília Arraes (PT). Socialistas dão a coligação como certa e sinalizam com uma vaga na chapa majoritária para o senador Humberto Costa (PT) tentar a reeleição. O apoio do PSB à reeleição do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que jantou ontem com Paulo no Recife, fecharia a conta, com a retirada da candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda ao governo mineiro. Hoje, Pimentel e os nove governadores do Nordeste realizam um ato contra a privatização da Eletrobras.

Pressão do PT

Há, porém, um último empecilho. O PT Nacional pressiona para que o Paulo Câmara viabilize um apoio nacional do PSB à candidatura de Lula; o que foi prontamente rejeitado pela cúpula socialista. Os socialistas não admitem ficar vinculados a um projeto improvável como a candidatura de Lula, enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado em segunda instância. O PSB reclama que é um preço alto trocar um apoio em Pernambuco pela aliança presidencial. Além disso, a ala pernambucana, embora proeminente, não tem força sozinha para amarrar um apoio nacional ao PT, rejeitado em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.

“O PT insiste na tese da manutenção da candidatura de Lula e todos nós sabemos que Lula é inelegível. Não dá para conversar nesses termos”, afirmou o deputado Julio Delgado, líder do PSB na Câmara. “No nosso campo, a conversa é com Ciro Gomes. Já que a gente perdeu a possibilidade de candidatura própria, a prioridade do PSB passou a ser eleger os governadores”, explica.

Resistência em Minas

Em Minas Gerais, porém, ainda há resistência a uma retirada da candidatura de Márcio Lacerda. “Não há necessidade de se ter essa troca de apoio por Minas Gerais. Em Pernambuco, a gente já entende que seria natural uma aliança, porque os partidos estão no mesmo campo da esquerda e seria uma forma também de garantir a vaga do Senado do PT de Pernambuco, renovando o mandato do senador Humberto Costa”, diz João Márcio Lobo, presidente do PSB-MG.

Procurada, Marília Arraes não quis comentar a possibilidade de aliança entre PT e PSB.

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