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Meirelles promete resgatar 'espírito de confiança' no Brasil

O ex-ministro da Fazenda foi anunciado nesta quinta-feira (2) como candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) à Presidência

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Publicado em 02/08/2018 às 23:45
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O ex-ministro da Fazenda foi anunciado nesta quinta-feira (2) como candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) à Presidência - FOTO: Foto: EVARISTO SA / AFP
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O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometeu devolver ao Brasil "o espírito de confiança" e colocar o país no caminho do crescimento, ao ser anunciado, nesta quinta-feira (2), candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), à Presidência. 

"Minha candidatura tem um objetivo: resgatar o espírito de confiança no Brasil", declarou Meirelles, de 72 anos, ex-presidente mundial do BankBoston, escoltado pelo presidente em fim de mandato Michel Temer, no Centro Internacional de Convenções de Brasília. 

Meirelles se apresentou como o candidato à superação e se comprometeu a adotar a política econômica e as reformas corretas para fazer o país voltar a crescer 4%. 

O Brasil, maior economia latino-americana, saiu em 2017 de dois anos de recessão, com um tímido crescimento de 1%. A recuperação é ainda mais lenta no desemprego, com cerca de 13 milhões de pessoas em busca de trabalho. 

O candidato atribui a saída da recessão à aplicação de um programa de ajustes para reduzir os déficits e recuperar a confiança dos investidores. Mas a peça principal deste programa, a reforma previdenciária, estagnou devido a divergências na própria maioria no Congresso e às denúncias de corrupção que puseram Temer na defensiva. 

Meirelles fez valer seu trabalho para acalmar as reservas do mercado quando presidiu o Banco Central nos dois mandatos do petista Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e depois como ministro da Fazenda do mdebista Temer. 

Daí o jingle do MDB, "Chama o Meirelles, que ele tem a solução". 

Temer, que desistiu de apresentar sua própria candidatura diante de seus índices de impopularidade recorde (apenas 3% dos brasileiros aprovam a sua gestão), não poupou elogios ao seu candidato. 

Meirelles, afirmou, é uma figura "inatacável, provada, que já demonstrou competência" para governar. 

Corrida de obstáculos

Mas o caminho até as eleições de 7 de outubro (com segundo turno previsto para o dia 28) se anuncia árduo para Meirelles, que tem apenas 2% das intenções de voto.

O MDB é o partido com mais representatividade no país (tem quatro ministros, 51 dos 513 deputados em uma Câmara com cerca de trinta bancadas, 18 dos 81 senadores e mais de mil prefeitos - quase um a cada cinco cinco).

Mas também é um partido dominado por caudilhos que negociam as próprias alianças para manter seus redutos, o que explica em grande medida que só tenha havido três presidentes desde o fim da ditadura militar (1964-1985) e sempre por falecimento, renúncia ou destituição do chefe de Estado eleito.

O MDB é, ainda, uma das forças mais afetadas pelos escândalos de corrupção que desde o início da operação 'Lava Jato', em 2014, pôs na mira da justiça ou atrás das grades muitos de seus principais dirigentes.

O próprio Temer foi alvo de duas acusações, que desestabilizaram sua Presidência desde que assumiu o cargo em 2016, quando substituiu a presidente Dilma Rousseff, destituída pelo Congresso sob a acusação de manipulação das contas públicas.

A aposta em Meirelles se choca, ainda, com a de outro candidato de centro-direita, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSBD), que recentemente obteve o apoio do 'centrão', que domina o Congresso. 

Para Thiago Vidal, cientista político da consultoria Prospectiva, "tendência é que ele tenha pouco apoio partidário e dependa única e exclusivamente de recursos próprios", que pela lei são limitados. 

"Isso, somado à impopularidade do governo federal e do Temer, dificultará um desempenho sustentável do Meirelles", acrescentou.

Sábado de convenções

As convenções partidárias, que se celebram até o próximo fim de semana, são uma etapa-chave nestas eleições que também vão eleger 27 governadores, 513 deputados e dois terços dos 81 senadores.

O Partido dos Trabalhadores (PT) deve lançar no sábado a candidatura de Lula, líder nas pesquisas de intenção de votos, embora a mesma deva ser invalidada devido à sua situação judicial. A Lei da Ficha Limpa invalida a participação em eleições de condenados em segunda instância, como é o caso de Lula, que desde abril cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No mesmo dia o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) vai oficializar a candidatura de Alckmin e a Rede, a da ambientalista Marina Silva, terceira colocada nas eleições presidenciais de 2010 e 2014.

As convenções servem para eleger o candidato, pactuar alianças para formar uma chapa com o maior número de apoio possível e designar aspirantes a vice, o que tem sido uma dificuldade para a maioria dos candidatos que estão na reta final do prazo previsto para definir nomes e alianças.

Nesta quinta-feira, Alckmin anunciou a senadora Ana Amélia (PP) como sua candidata à vice, enquanto Marina oficializou como companheiro de chapa Eduardo Jorge (PV), médico que disputou as presidenciais em 2014.

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