ELEIÇÕES 2018

TRE monta bunker para combater fake news nas eleições em PE

Servidores treinados do TRE acreditam que podem tirar fake news do ar em até 24 horas

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 05/08/2018 às 9:38
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Servidores treinados do TRE acreditam que podem tirar fake news do ar em até 24 horas - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Uma sala discreta no primeiro andar de um prédio da Avenida Rui Barbosa abriga o “bunker” montado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para combater a disseminação de fake news nas eleições deste ano no Estado. Pioneira no País, a central de denúncias contra crimes cibernéticos estima que pode retirar do ar em até 24 horas conteúdos identificados como falsos que possam interferir no processo eleitoral.

“Nós recebemos a denúncia, fazemos a triagem e damos o encaminhamento necessário para que ela seja apurada”, explica Télia Gaspar, que preside a central sob a coordenação do desembargador eleitoral Stênio Neiva.

Ao longo do ano, o TRE treinou 11 servidores para checar postagens em redes sociais e usar ferramentas para desmascarar publicações que usem mentiras para atrapalhar candidatos. “Quem propagar ou divulgar notícias falsas pode incorrer em crime. A primeira medida será a retirada da página. Para isso nós temos convênios com o Facebook, com o WhatsApp e estamos trabalhando para que isso ocorra de uma forma efetiva”, promete Télia.

Além da equipe da Justiça Eleitoral, a central também reúne representantes do Ministério Público Eleitoral, da Polícia Federal e da Polícia Civil. O objetivo é agilizar o tratamento das denúncias recebidas, caso elas precisem ser revertidas em processos ou seja necessário diligências.

Como denunciar

Redes sociais como Facebook e Instagram, onde os conteúdos são postados em URLs, facilitam que as informações falsas sejam retiradas do ar. Em aplicativos onde a troca de mensagens é criptografada, como o WhatsApp, a preocupação é maior. Por isso a ferramenta adotou medidas como indicar as mensagens que são encaminhadas e restringir a quantidade de conversas para as quais ela pode ser compartilhada de uma única vez.

Segundo Télia Gaspar, a multa para quem praticar propaganda irregular varia entre R$ 5 mil e R$ 25 mil. Dependendo do teor da mensagem, o autor também pode incorrer em injúria, calúnia ou difamação.

Com os trabalhos iniciados em julho, a central espera um aumento na demanda quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizar o aplicativo pardal, desenvolvido para que eleitores enviem denúncias durante a campanha. Enquanto isso, o grupo pode ser acionado através do e-mail [email protected] ou no telefone 3194.9575.

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