Para evitar o que chamou de “mano a mano” com o governador Paulo Câmara (PSB) no primeiro dia de campanha, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato ao governo estadual pela coligação Pernambuco Vai Mudar, optou pela serenidade ao comentar críticas feitas pelo socialista a integrantes da frente das oposições durante a sabatina da Rádio Jornal, ontem. Os aliados do petebista, contudo, assumiram a linha de frente no embate e rechaçaram firmemente as declarações do governador.
Logo após o programa, o ex-governador João Lyra (PSDB), que integra o grupo oposicionista, lançou uma nota na qual diz que, durante o seu governo, Paulo “abandonou” todo o legado construído por Eduardo Campos (PSB). “Ele abandonou o Pacto pela Vida, deixou UPAs, hospitais e escolas pela metade, prometeu e não honrou os compromissos que assumiu, e, por isso, Pernambuco vive hoje uma situação de paralisia”, cravou o tucano no comunicado.
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À noite, durante o ato de lançamento da sua campanha, Paulo subiu o tom contra Lyra e afirmou que o ex-governador “está com um certo rancor, com uma certa frustração que ele sempre teve por não ter sido escolhido por Eduardo (para sucedê-lo)”.
Companheiros de chapa de Armando e candidatos ao Senado, os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB) – acusados por Paulo durante a sabatina de prometerem “mais do efetivamente fizeram” enquanto ministros da Educação e das Cidades, respectivamente – foram ainda mais duros com o socialista.
“Desafio o governador a apontar quem assegurou investimentos de mais de R$ 3 bilhões na educação de Pernambuco (...) Falar em discriminação é fake news, uma mentira deslavada”, provocou Mendonça. “Não sou moleque para ouvir este tipo de postura sórdida e covarde de uma pessoa que quer ganhar uma campanha pendurada no pescoço de Luiz Inácio Lula da Silva”, emendou o ex-ministro, citando os esforços de Paulo para conquistar a aliança com o PT local.
Bruno Araújo também revidou os ataques de Paulo relembrando ações desenvolvidas em Pernambuco durante sua passagem pelo governo federal. “Como ministro das Cidades, garanti o sonho da casa própria para mais de 100 mil pernambucanos. Mesmo com toda a crise econômica, investimos R$ 2 bilhões em obras que beneficiaram 90 cidades do Estado. Fiz a minha parte”, afirmou o parlamentar, ressaltando que, “na época, tanto o governador quanto o prefeito Geraldo Julio (PSB)” elogiavam o seu trabalho.
Após a entrevista na Rádio Jornal, Paulo ainda atacou seu principal rival no pleito deste ano, o senador Armando Monteiro. “O problema do meu adversário, do Armando, é que ele não conhece o governo. Ele nunca trabalhou no Poder Executivo. Ele foi ministro por pouco tempo. E foi um período em que o Brasil voltou a ter um desemprego muito alto (...) Há um total desconhecimento do funcionamento da máquina pública”, disparou o governador.
Armando, que ontem cumpriu agenda em Petrolina, no Sertão, em Caruaru, no Agreste, e finalizou o dia participando de uma missa no Recife, foi mais cauteloso ao responder às críticas. “Eu atuei na direção de entidades nacionais como o Senai, o Sebrae, a CNI, que têm orçamentos maiores que muitos Estados da Federação. Em todas essas áreas, dei conta do recado. No Ministério (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), fiz ações que até hoje são consideradas importantes. Eu me considero pronto para fazer esse debate. Mas uma coisa é fato, não foi boa a experiência de Paulo no governo.”
AGENDA
Hoje, os candidatos ao governo vão dar seguimento às suas agendas de campanha no interior do Estado. Armando estará no Agreste e Sertão, nas cidades de São João e Arcoverde. Paulo fará um giro pelo Sertão, passando pelos municípios de Custódia e São José do Belmonte. Os candidatos a vice e ao Senado farão parte das comitivas.