O candidato do Podemos, Alvaro Dias, defendeu a redução da taxa de juros para expandir o crédito rural, a reintegração de posse de terras de forma sumária e a melhoria da infraestrutura do País para o escoamento de safra durante encontro de presidenciáveis realizado nesta quarta-feira (29) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Dias foi o terceiro a se apresentar no evento que teve, pela manhã, Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB). Marina Silva (Rede) deve fechar a programação do dia. Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) não compareceram ao evento.
Dias elogiou o agronegócio e ressaltou que o superávit comercial brasileiro nos últimos anos vem ocorrendo por causa do desempenho do setor. Sinalizou, ainda, que deve dar mais atenção à agropecuária, caso seja eleito. "Certamente os governos ainda não entenderam o valor e a importância da agricultura", disse. Ele citou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para dizer que, com o crescimento da população mundial e a pouca disponibilidade de terras agricultáveis, o Brasil deve ser o responsável por alimentar boa parte da população global nas próximas décadas. "Veja que patrimônio extraordinário temos à nossa disposição", afirmou.
O candidato falou, ainda, sobre as diversas demandas apresentadas pelo setor nesta quarta-feira. "Se adotarmos uma política com taxas de juros compatíveis com a nossa realidade, o governo não precisaria subsidiar o crédito rural", falou. Sobre a questão agrária, o candidato do Podemos afirmou que vai "trabalhar para que a reintegração de posse (de terras) ocorra de forma sumária, com o invasor tendo o ônus da prova", afirmou. "Há pânico hoje na área rural sobre a questão rural, cabe ao governo oferecer segurança. É preciso uma atenção permanente", disse.
Logística e infraestrutura
Dias falou ainda sobre questões de logística e infraestrutura e disse que o transporte multimodal é fundamental para melhorar o escoamento da produção.
Já a reforma tributária, segundo ele, deverá ser força motora para o desenvolvimento do País em seu governo. A política, por sua vez, será "a matriz de todas as reformas". "Esta é a fábrica de chupins da República", disse, sobre o sistema vigente.
Ele também prometeu trabalhar para atrair investimentos estrangeiros ao Brasil. "Investimentos estrangeiros foram expulsos do País pela corrupção e incompetência", disse. "Precisamos mudar nossa imagem para o mundo. Nos tornamos um país corrupto", afirmou.
O candidato ainda elogiou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e disse que a agência teve um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico do País e que deve "retomar esse perfil".
Ele disse ainda que gostaria de ter o juiz Sérgio Moro como seu ministro da Justiça e ter a Operação Lava Jato como uma espécie de "Tropa de elite do combate à corrupção".