Na última terça-feira (28), em entrevista à Rádio Jornal, o presidente Michel Temer (MDB) afirmou que manterá o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) na liderança do governo até, pelo menos, o fim do período eleitoral. FBC assume o posto deixado vago na última segunda (27) pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), que saiu sob a alegação de divergências com o governo federal na questão da crise dos refugiados venezuelanos em Roraima.
“Já conversei com o senador. Ele continua na primeira vice-liderança e responderá pela liderança do governo quando for necessário. Não é uma coisa que me preocupa neste momento”, afirmou na entrevista.
A decisão poderá mexer com a imagem do senador e candidato ao governo do Estado Armando Monteiro (PTB), que desde o início da sua campanha eleitoral, vem tentando descolar do seu bloco o rótulo de “chapa de Michel Temer”.
“Senador Fernando Bezerra já é vice-líder e no momento em que o titular tem um impedimento ou renuncia ao cargo ele vai exercer a liderança e isso é absolutamente natural. Governo precisa ter liderança no Congresso porque o governo gera iniciativas do pondo de vista legislativo, encaminha medidas provisórias, então a funcionalidade do Parlamento exige que o governo tenha liderança no Congresso. Não é o governo Temer ou o governo Dilma, todo governo tem e não prescinde de ter, no exercício da liderança, alguém para debater, para encaminhar as propostas", explicou o parlamentar após debate nesta terça-feira (28).
A reportagem do JC entrou em contato com o senador Fernando Bezerra Coelho e até o momento não obteve resposta.
Fuga
Mesmo buscando alternativas para a fuga, Armando está coligado com partidos que articularam o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como PSDB e DEM, e a candidatos que ocuparam cargos de primeiro escalão do governo do presidente Michel Temer. Entre eles, a do deputado federal Mendonça Filho (DEM), que no governo Temer comandou o Ministério da Educação até abril deste ano.
Em debate também na Rádio Jornal, realizado anteontem, Armando avaliou positivamente a passagem de Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), pelo governo federal. O tucano e o democrata foram ministros das Cidades e Educação na gestão Temer.
“(Bruno e Mendonça) São homens públicos honrados, ficha limpa, têm uma longa lista de serviços prestados. Foram leais, na medida em que eram oposição, portanto votaram a favor do impeachment, que dividiu comunidade jurídica. Foram coerentes, diferentemente do PSB. Me sinto bem em caminhar ao lado deles", cravou o parlamentar.