Um dos suspeitos da participar do atentado contra o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, negou ao Estado participação no ataque. Nesse domingo (9), de um leito no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, em Juiz de Fora, recém-operado e com quatro pinos e uma placa no braço após deslocar a clavícula, Hugo Ricardo Bernardo, de 27 anos, afirmou não conhecer Adelio Bispo de Oliveira, que confessou o atentado da quinta-feira (6).
Bernardo foi preso após militantes do PSL o apontarem como um dos manifestantes que protestavam contra Bolsonaro. Lutador de muay thai, o pizzaiolo foi hospitalizado após entrar em confronto com apoiadores de Bolsonaro durante o ato.
Uma das brigas nas quais Bernardo se envolveu foi registrada em vídeo pelo jornal O Estado de S. Paulo. De camisa vermelha, ele discute com simpatizantes do deputado próximo ao local onde Bolsonaro iria chegar de carro para começar a caminhada. Ele pede para "tirarem a mão dele". Quando os apoiadores do presidenciável começam a gritar a palavra "mito, mito", ele canta "lixo, lixo", no meio de eleitores de Bolsonaro
Ao Estado, Bernardo disse que se envolveu na briga depois que viu pessoas que se diziam seguranças de Bolsonaro vestidas de preto e usando uma fita amarela, agredindo uma mulher com a camisa do PT. "Eu vi eles fazendo essa covardia, batendo muito nessa garota, e disse que era para eles virem para cima de mim. Quando começou a confusão, os policiais chegaram e vieram para cima de mim".
Depoimento
Bernardo chegou a ser algemado e levado para depor, mas foi liberado na madrugada de sexta-feira (7). Ele foi intimado a depor novamente à Polícia Federal assim que tiver alta hospitalar. "Não conheço esse cara (Adelio Bispo de Oliveira) nem pessoas que o conheçam. Só vi pela televisão a imagem dele, porque estou sem celular. Acho que quem faz isso com um candidato a presidente só pode ser louco, ter problemas de cabeça."
De acordo com fontes próximas à investigação, ainda não há indícios que liguem Bernardo ao crime contra Bolsonaro, mas o pizzaiolo ainda é considerado suspeito no caso.