Por meses os petistas insistiram em negar a possibilidade de um 'plano B' caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse impedido de participar, tentaram levar a questão até o limite. Mas nesta terça-feira (11), o Partido dos Trabalhadores foi obrigado a trocar o postulante e anunciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato no lugar de Lula
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram por 6 votos a 1, em julgamento concluído na madrugada do último dia 1º, pela rejeição do pedido de registro de candidatura de Lula.
Com Haddad na cabeça de chapa, Manuela D'Ávila (PCdoB) será a candidata a vice-presidente. O ex-prefeito terá um árduo caminho para tentar conseguir os votos de Lula. Em pesquisa Datafolha divulgada nessa segunda-feira (10), Haddad teve 9% das intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e empatado tecnicamente com Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). No Datafolha de 22 de agosto, último em que seu nome apareceu, Lula tinha 39% e liderava com folga.
Recurso de Lula
A defesa de Lula entrou com um pedido urgente no STF para que seja prorrogado o prazo dado ao PT para substituí-lo como candidato do partido à Presidência da República.
Em paralelo à apelação, os advogados entraram com outra petição no Supremo, desta vez pedindo com urgência a concessão de uma liminar (decisão provisória) que permita a Lula continuar como candidato ao menos até o dia 17 - data limite para troca de candidatos, ou até que o plenário do STF discuta em definitivo a situação do ex-presidente.
Segundo a defesa, o TSE julgou o registro de candidatura com “pressa e mais pressa”, suprimindo prazos para a defesa, além de ter realizado “duas incríveis e surpreendentes viragens de jurisprudência” para impedir Lula de fazer campanha enquanto recorre da rejeição e abrir de imediato o prazo para o PT trocar de candidato.
A candidatura do petista foi alvo de 16 impugnações (contestações) no TSE. Além do Ministério Público, questionaram o registro de Lula o candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro;o partido Novo; e outros candidatos e cidadãos.
Lula foi condenado em janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato. Desde abril, ele cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão em Curitiba.