A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, aproveitou o apelido de "Posto Ipiranga" dado a Paulo Guedes, principal assessor econômico do também candidato Jair Bolsonaro (PSL), para usar de humor e criticar as recentes afirmações do economista de que iria reimplementar a CPMF (imposto sobre tributações financeiras). Segundo Marina, o "Posto Ipiranga" de Bolsonaro estaria pegando fogo.
"Nós temos aí essa confusão entre o Bolsonaro e o economista dele, o Paulo Guedes. Parece que está tendo um incêndio dentro do Posto Ipiranga, e esse incêndio no posto já é a demonstração de que quando se quer ser candidato e não sabe o que vai fazer - e terceiriza para os outros o que vai fazer - é isso que acontece. Bolsonaro diz uma coisa e o Posto Ipiranga diz outra", afirmou, durante entrevista por telefone para a Rádio Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Ceará, nesta quinta-feira (20).
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Marina aproveitou a oportunidade para defender que um eventual governo da Rede vai trabalhar em uma reforma tributária para que os pobres não contribuam mais do que os mais ricos, pauta constantemente apresentada pela candidata.
A ex-senadora não economizou críticas aos principais nomes da campanha de Bolsonaro, Guedes e o vice na chapa, General Mourão (PRTB). O perfil de Bolsonaro no Twitter precisou reiterar o compromisso com a redução da carga tributária após notícia de que Guedes estuda um novo imposto nos moldes da antiga CPMF. Já Mourão se envolveu em polêmica por defender uma Constituição elaborada por não eleitos e a ideia de que filhos criados por mães e avós, sem a presença do pai, correm mais risco de entrarem para o tráfico.
"Essas mulheres corajosas que cuidam dos seus filhos e dos seus netos não merecem ouvir isso. Isso é uma afronta. E eu acho que todas as mulheres devem se unir", afirmou
Datafolha
A candidata também comentou seu desempenho no último Datafolha, em que aparece com 7% - ela chegou a ter mais de 16% em levantamentos no início da corrida. "A melhor coisa que se faz numa campanha é continuar falando a verdade. Não vou mentir para ganhar voto. A Dilma ganhou mentindo, dizendo que o Brasil iria ficar cor de rosa", disse, e emendou: "a pesquisa certa é a do dia 7".