Na primeira entrevista depois de ser esfaqueado, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, defendeu o economista Paulo Guedes, que é responsável por seu plano econômico e criou polêmica após dizer que estuda como proposta para eventual governo a criação de um imposto nos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
"Olha, ele não tem experiência política. O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele", afirmou Bolsonaro à Folha de S. Paulo, por telefone. Segundo o candidato, Guedes nunca defendeu a volta da CPMF. "Isso é uma distorção. Ele apenas está estudando alternativas. Tudo terá de passar pelo meu crivo", disse.
Nesta sexta-feira (21), Paulo Guedes cancelou participação em evento na Amcham, onde faria uma apresentação do plano econômico de Bolsonaro. Na quinta-feira (20), foi informado que ele também não iria mais a uma reunião fechada com clientes do Credit Suisse Hedging Griffo (CSHG). De acordo com Bolsonaro, "Paulo segue firme" na campanha.
General Mourão
Questionado pela Folha, o candidato não comentou a recomendação para que seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), reduzisse suas atividades eleitorais. Na segunda-feira (17), ele havia sugerido que filhos criados por mães e avós em lares pobres, sem a presença do pai e avô, correm mais riscos de ingressar no narcotráfico.
Fora das ruas
Bolsonaro explicou ao jornal que deve ser liberado do hospital até o fim do mês, mas não poderá participar de atividades eleitorais antes do primeiro turno. "Eu cumpro rigorosamente as ordens médicas. É impossível eu ir para a rua ou participar de debates antes do primeiro turno. Vou fazer participações pela internet", disse.