Polêmica

Imagem republicada por Carlos Bolsonaro em rede social simula tortura

Até os próprios eleitores de Bolsonaro (PSL) afirmaram que Carlos não deveria ter publicado a imagem

Estadão Conteúdo
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Publicado em 27/09/2018 às 9:35
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Até os próprios eleitores de Bolsonaro (PSL) afirmaram que Carlos não deveria ter publicado a imagem - FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSL), um dos filhos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), republicou nessa quarta-feira (26), em suas redes sociais uma imagem de simulação de tortura que movimentou debates na internet e entre parlamentares. A imagem mostra um homem amarrado, com o rosto ensanguentado e a cabeça dentro de um saco plástico; no peito aparece a inscrição #EleNão, em referência ao movimento #Elenão, criado por mulheres contrárias ao presidenciável.

Existe ainda uma frase "sobre pais que choram no chuveiro". A frase é utilizada nas redes sociais para designar pais que sentem vergonha de filhos homossexuais. Na sequência, Carlos publicou uma foto de seu pai com a hashtag #EleSim. As postagens foram feitas nos stories do vereador no Instagram - mensagens com duração de 24 horas que podem ser deletadas.

Originalmente, a publicação da "tortura", segundo outra postagem de Carlos, foi feita por um ativista que aderiu à campanha #EleNão. Em seguida, a imagem foi compartilhada na conta de um grupo de direita de Porto Velho, Rondônia, (@direitapvh), que foi alterada, acrescida da hashtag #elesim e do número de urna de Bolsonaro. O perfil traz postagens críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e homenagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em seu Twitter, Carlos se posicionou oficialmente no início da tarde: "Novamente inventam como se eu tivesse divulgado uma foto dizendo que quem escreve a hashtag #elenao mereceria alguma maldade. Não, canalhas! Foi apenas a replicação da foto de alguém que considera isso uma arte. Me agradeçam por divulgar e não mintam como sempre", escreveu ele.

No primeiro comentário sobre a imagem, um usuário insinuou a homossexualidade do manifestante. "Esse machucou a boca mordendo uma cabeceira de cama e quer lacrar na política...", escreveu o usuário gilsonta26, que demonstra apoio ao presidenciável no Instagram. "Adoreiii kkkkkk", respondeu naiana_boin_.

Críticas

Porém, os comentários que se seguiram criticaram a publicação, manifestando "horror" ao comentar a foto. "Quando vi achei que ele tinha se matado", afirmou ollesjessica. Até os próprios eleitores de Bolsonaro disseram que Carlos não deveria ter publicado a imagem, sob risco de atrapalhar a campanha do pai ao Palácio do Planalto. O filho do presidenciável tem 513 mil seguidores no Instagram, rede social na qual costuma postar frequentes mensagens.

Carlos, que não concorre a nenhum cargo nas eleições deste ano, tirou licença não remunerada na Câmara para acompanhar o pai no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o candidato está internado desde o início deste mês.

Nesta quarta, parlamentares do PSOL, como o vereador David Miranda, entraram com denúncia na Comissão de Ética da Câmara contra a divulgação da imagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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