Independentemente de quem seja o adversário de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições 2018, o PSB já tem uma posição definida: a sigla ficará contra o candidato do PSL. No primeiro turno, o partido comandado por Carlos Siqueira, presidente da legenda, optou por permanecer neutro por pressão do PT, que temia que a sigla apoiasse Ciro Gomes (PDT). Desta vez, no entanto, a posição do PSB será apoiar qualquer um que enfrente Bolsonaro.
"Começa a ficar claro, salvo alguma mudança de rumo, o que vai ser no segundo turno: Haddad é (adversário) mais provável. Evidentemente que não (ficaremos neutros). O PSB ficou entre Haddad e Ciro Gomes no primeiro turno. Independentemente de quem for para o segundo turno contra o Bolsonaro, nossa decisão já é evidente: contra o Bolsonaro", disse Carlos Siqueira à reportagem.
Na avaliação de Siqueira, a possibilidade de Ciro Gomes ir ao segundo turno é "remota". Então o partido dá como certo o apoio ao PT, do presidenciável Fernando Haddad. Ainda que tenha ficado neutro, o PSB já havia sinalizado repudio à candidatura de Bolsonaro em agosto, quando realizou seu Congresso Nacional. Na ocasião, o partido decidiu deixar seus candidatos estaduais livres para escolherem quais candidatos à Presidência apoiariam. A única restrição da Executiva foi vetar qualquer apoio justamente a Bolsonaro, o que não seria aceito em "hipótese alguma".
Posicionamento
Essa posição do PSB tem sido levada à risca. Duas semanas atrás, por exemplo, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, decidiu expulsar o prefeito de Chapecó (SC), Luciano Buligon, do partido. O motivo foi a decisão de Buligon de anunciar apoio para a candidatura do presidenciável do PSL, o que contrariou a decisão da Executiva da sigla. A ideia do partido é de que a expulsão servisse de alerta a outros filiados inclinados a fazer o mesmo
Resta saber se todos os candidatos do PSB a governos estaduais seguirão essa determinação da Executiva Nacional também no segundo turno. Ao menos três candidaturas da sigla nos Estados estão próximas de Ciro e mostraram alguma resistência em relação ao PT. É o caso de Renato Casagrande (PSB-ES), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Marcio França (PSB-SP). Casagrande, inclusive, tem mostrado vigor nas pesquisas de intenção de voto. Por outro lado, o partido de Carlos Siqueira tem candidaturas próximas ao PT no Nordeste. Os casos mais emblemáticos são os de Paulo Câmara (PSB-PE) e João Azevedo (PSB-PB).