RENOVAÇÃO

Renovação no Senado exigirá mais de novo presidente do país

Dos 32 partidos, apenas oito partidos conseguiram se reeleger no Senado

Agência Brasil
Cadastrado por
Agência Brasil
Publicado em 08/10/2018 às 12:41
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Dos 32 partidos, apenas oito partidos conseguiram se reeleger no Senado - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Leitura:

Com mais partidos representados e menos parlamentares conhecidos na composição, o Senado passou por uma grande renovação neste pleito 2018. Dos 32 que tentaram renovar os mandatos, somente oito conseguiram. A partir de fevereiro de 2019, a Casa terá senadores distribuídos em 21 legendas. Em 2015, eram 15.

Entre as novidades, Podemos, PSL, PHS, Pros, PRP, PTC e Solidariedade – que não tinham representantes em 2015 – agora têm um cada. A Rede, presentada até então pelo senador Randolfe Rodrigues, reeleito nesse domingo (7), cresceu e agora terá outros quatro nomes. Já o PCdoB e PSOL ficaram sem representantes.

Segundo o cientista político da Universidade de Brasília Waldir Pucci, o aspecto positivo de tantos outros partidos com representação na Casa é o fato de isso mostrar a diversidade da sociedade no país. “Mas falando em governabilidade, que é o que interessa, o novo presidente [da República] terá uma dificuldade maior de negociação. Quanto maior número de partidos, naturalmente maior o número de conversas e convencimentos ele terá de fazer”, explica. Para ele, a grande questão é como esse convencimento será feito. “Se pela política tradicional, pelo toma lá dá cá ou com ideias. A governabilidade é bem mais difícil nesse cenário.”

Maiores bancadas

Mesmo com redução significativa, o MDB continua sendo o partido com mais representantes no Senado. A sigla, que em fevereiro de 2015 tinha 19 nomes, deve começar 2019 com apenas 12. Além do MDB, entre as cinco maiores bancadas, duas perderam parlamentares em relação a 2015. O PT foi o mais atingido e sua representação em 2019 será de menos da metade do que foi em 2015. A sigla que tinha 13 senadores terá 6 senadores no ano que vem (-53,84%). O PSDB também registrou queda. Eram 11 em 2015 e, em 2019, apenas 9 (-18,18%) .

Já o PSD subiu de 4 para 7 (+75%) e o DEM cresceu de 5 para 6 senadores, um aumento de 20%, em relação à eleição passada.

Renovação

Ao contrário do que os principais analistas e institutos de pesquisas indicavam, a reeleição de nomes tradicionais na Casa não se confirmou, pois de cada quatro senadores apenas um conseguiu sucesso nas urnas (25%).

Na lista dos que não se reelegeram, estão o presidente e o vice-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), respectivamente. O ex-líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB- RR), também ficou de fora, após mais de duas décadas na Casa.

Outra surpresa foi a derrota do senador Magno Malta (PR-ES), pastor evangélico e um dos maiores apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Ainda entre os que não se reelegeram estão os senadores Edison Lobão (MDB-MA), Roberto Requião (MDB - PR) Lindbergh Farias (PT-RJ) e Cristovam Buarque (PPS-DF).

Para o analista político Antonio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar ( Diap), o resultado da eleição no Senado traz um recado aos políticos. “Ou eles corrigem a forma de atuação ou estão fora [da disputa política]”. Ele destaca que muitos dos políticos que não se reelegeram estão envolvidos em denúncias de corrupção ou votaram a favor da reforma política e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Bancada feminina

A redução da bancada feminina foi outro ponto bastante forte nessas eleições. Somente quatro das 13 atuais senadoras terão mandato a partir do ano que vem. Sete candidatas foram eleitas, levando o total de mulheres a dez. Caso Fátima Bezerra (PT), que disputará o segundo turno pelo governo do Rio Grande do Norte, não seja eleita, ela deverá permanecer na Casa como a 11ª, pois ainda tem mais quatro anos de mandato como senadora.

Apesar da obrigatoriedade de 30% das candidaturas e do fundo partidário terem de ser direcionados às mulheres, para Waldir Pucci a redução da participação feminina está ligada à falta de incentivo financeiro e político dos partidos. “Tivemos uma renovação basicamente conservadora da bancada e essa renovação ela dá um papel menor às mulheres na política. Daí muitos candidatos homens representando essa onda conservadora”, concluiu.

Últimas notícias