POSICIONAMENTO

Rede sugere que seus filiados não votem em Bolsonaro

No entanto, a Rede também reiterou que não se alinha ao projeto de governo do PT e fará parte da oposição, independente de quem ganhe as eleições

JC Online
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Publicado em 11/10/2018 às 4:02
Foto: Arquivo/ Valter Campanato/ Agência Brasil
No entanto, a Rede também reiterou que não se alinha ao projeto de governo do PT e fará parte da oposição, independente de quem ganhe as eleições - FOTO: Foto: Arquivo/ Valter Campanato/ Agência Brasil
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A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, divulgou nota nesta quinta-feira (11) recomendando que "seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país". A decisão foi tomada em uma reunião ocorrida nessa terça (10).

Entretanto, o partido também afirma que "não tem ilusões quanto às práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo", e que será oposição democrática ao governo de qualquer um dos candidatos que saia vencedor do pleito.

Confira a nota na íntegra:

Nestas eleições, a Rede Sustentabilidade apresentou à sociedade brasileira um projeto alternativo à polarização. Frente ao ódio e à mentira, oferecemos a face da verdade e da união em prol de um Brasil mais próspero, justo e sustentável. Infelizmente, os dois postulantes no segundo turno representam projetos de poder prejudiciais ao país, atrasados do ponto de vista da concepção de desenvolvimento, autoritários em relação ao papel das instituições de Estado, retrógrados quanto à visão do sistema político e questionáveis do ponto de vista ético.

A Rede não se alinha e não apoia nenhum deles. A corrupção sistemática revelada pela Operação Lava Jato foi uma marca dos governos petistas, assim como de boa parcela dos parlamentares que agora estão com o Bolsonaro. Os dirigentes petistas construíram um projeto de poder pelo poder pouco afeito à alternância democrática.

Por outro lado, é impossível ignorar que o projeto de Bolsonaro, conforme tem sido reiteradamente afirmado, representa um retrocesso brutal e inadmissível em três pontos muito caros aos princípios e propósitos da Rede. Primeiro, promete desmontar inteiramente a estrutura de proteção ambiental existente no país, conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas. Chega ao absurdo de anunciar a incorporação do Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Com isso, atenta contra o interesse da sociedade brasileira e destrói pilares fundamentais para o futuro do país. Além disso, ataca os direitos das comunidades indígenas e quilombolas, anunciando que não será demarcado mais um centímetro de suas terras. Segundo, é um projeto que despreza direitos humanos e a diversidade existente na sociedade, promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência e à discriminação. Por fim, é um projeto que ameaça a democracia e põe em cheque as conquistas históricas desde a Constituinte de 1988.

Dessa forma, a Rede Sustentabilidade declara publicamente que:

1. Será oposição democrática ao governo de qualquer dos candidatos que saia vencedor do embate a que se reduziu essa eleição.

2. Não tem ilusões quanto às práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo. No entanto, frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, a Rede Sustentabilidade recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país.

10 de outubro de 2018,
Executiva Nacional da REDE Sustentabilidade

Marina Silva

De acordo com pessoas próximas a Marina Silva, ela não se sente confortável em apoiar Haddad neste momento devido à forma como o PT a tratou nas eleições de 2014. A forte desconstrução da sua imagem naquela época ainda teve consequências no pleito deste ano, conforme avaliou a campanha.

A ex-senadora também considera que Haddad não é o candidato ideal neste momento porque representa um dos polos da polarização que o País vive. Marina teve um péssimo desempenho na corrida presidencial deste ano. Ela acabou a disputa em 8º lugar, obtendo pouco mais de 1 milhão de votos, o que corresponde a 1%.

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