ELEIÇÕES 2018

Bolsonaro ou Haddad? Na reta final das eleições, saiba como escolher

Se você está no universo dos 5% que ainda não decidiram em quem votar, saiba como escolher o candidato

Luisa Farias
Cadastrado por
Luisa Farias
Publicado em 22/10/2018 às 7:27
Foto: Agência Brasil
Se você está no universo dos 5% que ainda não decidiram em quem votar, saiba como escolher o candidato - FOTO: Foto: Agência Brasil
Leitura:

Chegou a semana decisiva para as eleições presidenciais de 2018. Seis dias separam os brasileiros de conhecerem o novo presidente da República que irá governar o País nos próximos quatro anos. No período eleitoral, fica ainda mais evidente a expectativa de mudança no cenário político por parte dos eleitores, que têm em suas mãos a mais importante forma de exercer a cidadania: o voto. Quando consciente, ele é ainda mais efetivo. Mas se você, eleitor, está no universo dos 5% de brasileiros indecisos que ainda não decidiu em qual candidato vai votar neste domingo (28), segundo mostrou a pesquisa Datafolha da última quinta-feira (18), é preciso estabelecer critérios para a escolha dos postulantes e se informar sobre as propostas e valores defendidos por eles.

Para além de órgãos institucionais, o eleitor tem a sua disposição uma série de ferramentas e iniciativas da sociedade civil organizada ao seu favor. Uma delas é a “Calculadora de Afinidade Eleitoral”, da plataforma O Iceberg, formada por servidores públicos de carreira especialistas em políticas públicas. A lógica da calculadora é simples: Você responde uma lista de perguntas sobre as áreas de economia, educação, proteção social e segurança pública, de acordo com o que você acredita. Ao final, ela te diz o percentual de afinidade com cada candidato. Para elaborar as perguntas, foram utilizados como fonte os planos de governo e declarações dos presidenciáveis na imprensa. 

Leandro Salvador, especialista em políticas públicas e editor responsável pelo O Iceberg, ressalta uma situação inusitada a partir do teste da calculadora. Por vezes, mesmo o eleitor convicto do seu voto faz o teste e o resultado se mostra diferente do esperado. “A pessoa acha que tem afinidade com um candidato provavelmente por causa de propaganda, retórica. Quando compara os conteúdos dá um curto-circuito. Isso às vezes gera um sentimento de reflexão, um incômodo. Mas temos que parar para pensar: ‘por que deu tão diferente o que a pessoa acreditava?’. Quer dizer, as convicções dela antes de fazer o teste estavam orientadas a partir de onde?”, questiona.

Outra iniciativa que busca ser mais um alicerce para o eleitor ampliar sua visão sobre os candidatos é o “Tô indeciso”, plataforma sem fins políticos que faz a comparação entre o que os postulantes defendem sobre assuntos que dizem respeito à sua vida. Ela é idealizada por profissionais das áreas de design, comunicação e tecnologia de todo o País. O diferencial de tal ferramenta é a possibilidade de avaliar de forma prática o que diferencia um adversário de outro. Há subtemas dentro das áreas, como bolsa família e moradia, incluídos no tema igualdade social. “Muitas vezes o volume de canais faz com que você não tenha critério claro para absorver as informações. Nós como sociedade civil temos que de alguma forma atacar de todos os lados. A nossa iniciativa é uma entre várias que busca qualificar a informação para que ela não esteja carregada de viés”, explica um dos membros do Tô Indeciso, que preferiu preservar a sua identidade. 

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) trata-se de um movimento social que atuou na criação da Lei da Ficha Limpa e tem entre as suas frentes de atuação a conscientização política. 

O trabalho desse movimento tem como base a máxima “voto não tem preço, tem consequência”. A consequência do voto consciente é a participação no processo de decisão, defende o diretor do MCCE Luciano Santos . “Para escolher bem você deve saber qual o candidato você acha que pode melhorar a condição do seu estado, País, comunidade, onde você vai ter menos a possibilidade de erro. A gente também pode errar ao fazer uma escolha. O que devemos fazer é minimizar esse erro pesquisando e conhecendo bem a vida do candidato” conta. 

Para o corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) Alexandre Pimentel, o eleitor precisa levar em consideração variáveis como a identificação de acordo com as preferências ideológicas. “E não a expectativa se o seu candidato vai ganhar ou se vai perder. Ou seja, o voto consciente é o contrário do voto útil”, defende.

Ainda podem mudar?

Segundo o Datafolha, entre os entrevistados que declararam voto em Jair Bolsonaro (PSL), 5% afirmaram que ainda podem mudar de opinião. Dentre os entrevistados que declararam voto em Fernando Haddad (PT), 10% admitiram que podem mudar o voto. 

Pernambuco foi o Estado com o maior percentual de votos nulos para presidente da República no primeiro turno, chegando a 9,5%. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nível nacional, o índice ficou em 6,1%. 

Últimas notícias