Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo que leva o seu sobrenome, afirmou em negociação de delação premiada que o Itaquerão, também conhecido como Arena Corinthians, foi um presente ao ex-presidente Lula, que é torcedor do time. A informação foi dilvulgada por Mário Cesar Carvalho no jornal Folha de São Paulo.
De acordo com o empresário, o agrado foi uma retribuição à ajuda dada por Lula à Odebrecht enquanto esteve na Presidência, de 2003 a 2010. Durante o período em que o PT governou o país (2003 a 2015), o faturamento nominal do grupo subiu de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões.
Por pressão de Emílio, seu filho Marcelo, preso há 15 meses e já condenado a 19 anos de prisão, e 80 executivos da empresa decidiram buscar acordo de delação. Para Emílio, que passou a integrar o acordo porque era o principal interlocutor de Lula, a delação seria a única saída para o grupo não falir. Lula é réu em ação que tramita no DF sob a acusação de ter ajudado a Odebrecht a obter contratos. A defesa do ex-presidente afirma que, “se a delação não serve para provar qualquer fato, a especulação de delação é um nada”. Odebrecht e Corinthians não comentaram as declarações de Emílio.
O ESTÁDIO
A Arena Corinthians foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. Sua construção foi feita pela Odebrecht com apoio financeiro do BNDES e da Prefeitura de São Paulo. O custo da obra foi de R$ 1,2 bilhões, quase 50% a mais que a estimativa inicial do projeto.