Após almoço, nesta quarta-feira (14), com o presidente Michel Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário Moreira Franco, o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (RR), negou que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário Moreira Franco, principais aliados do presidente da República, tenham a intenção de entregar carta de demissão.
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Ele afirmou que ambos têm a confiança do presidente e que cabe a Temer decidir quem entra ou sai de seu governo. "Não é nenhum tipo de notícia armada, pressão indevida ou tentativa de desestabilização que levará o presidente a fazer mudanças no seu ministério sem ele querer", declarou.
O senador disse que no almoço foi discutido como vão encerrar o ano de forma vitoriosa, seja no esforço da votação do Orçamento ou das medidas de interesse do governo. Jucá relatou que Temer está tranquilo e disposto, com o governo funcionando "a pleno vapor". O líder disse que não tem mini pacote a ser apresentado amanhã, mas sim medidas que o governo está estudando há algum tempo e que gostaria de ver implementadas. Jucá afirmou que amanhã pela manhã vão concluir as medidas administrativas e econômicas que vão ajudar na recuperação da atividade econômica. O senador não quis antecipar os pontos que serão apresentados.
O senador disse ainda que o partido não vai dar curso a nenhuma medida jurídica questionando o vazamento das delações dos executivos da Odebrecht. O peemedebista - citados nas delações - disse que cabe ao Ministério Público ser célere nas investigações, provar as acusações, e tirar "a suspeição generalizada da classe política". "Não é possível ficar se vazando toda semana alguma coisa criminosamente exatamente para desestabilizar o governo", comentou.
Jucá: Yunes entendeu que ajudaria mais pedindo para sair
Jucá (RR) afirmou ainda que a saída do assessor especial do Palácio do Planalto, José Yunes, ocorreu para evitar qualquer tipo de "pseudo constrangimento" ao presidente Michel Temer ou ao Executivo. "Ele pediu para sair exatamente para que não se gere nenhum tipo de desconfiança ou qualquer problema para o governo", disse Jucá
Fiel aliado do governo, o senador disse que Yunes estava colaborando e que não precisa de emprego público para continuar colaborando com o governo. "Na hora em que surge qualquer assunto que pode constranger o governo e o presidente, como ele tem posição de inteira liberdade e independência, pediu para sair", explicou. Yunes deve voltar a ocupar a presidência do PMDB na cidade de São Paulo.
O senador negou desgaste com o episódio e rechaçou qualquer irregularidade que possa ser imputada contra o ex-assessor especial. Na avaliação de Jucá, a decisão dele é pessoal, precisa ser respeitada e "aplaudida" porque Yunes entendeu que ajudaria mais saindo.
O discurso de Jucá foi acompanhado pelo líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP). "Ele já deixou claro que não teve nenhum tipo de recebimento", declarou. O deputado disse que o pedido de demissão "mostra claramente que ele não tem nada a ver com tudo isso". Baleia ressaltou que Temer também já deixou "claro" que a "possível doação" ao partido foi legal.
Vazamentos
Jucá aparece nas delações mais recentes com o apelido de Caju. "Não me sinto um caju, não sei de onde tiraram isso", respondeu ao ser questionado sobre a alcunha. O senador preferiu não comentar o teor da delação do ex-executivo Cláudio Mello Filho.
Nesta tarde, a Executiva do PMDB se reuniu para discutir as bandeiras e a gestão do partido no próximo ano. Também decidiram divulgaram uma nota de pesar sobre o falecimento do arcebispo emérito de São Paulo, D. Evaristo Arns. Ficou acertado que a mudança do nome do partido para MDB será discutida nos Estados e nos diretórios municipais.