Os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Paulo Rocha (PA) negociaram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) a opção que salvou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de perder os direitos políticos. De acordo com informação foi publicada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (27), o fatiamento do julgamento do impeachment só foi possível após Renan e petistas acertarem essa solução.
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No entanto, o acerto não foi de graça, mas sim uma via de mão dupla. Em troca de manter o direito de Dilma de exercer cargo público, o presidente do Senado acertou o apoio do PT, a terceira maior bancada da Casa, para a eleição da Mesa Diretora do ano que vem.
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, apesar da decisão não ser uma consenso na ala mais ideológica e pragmática do partido, a maioria do PT vai votar no candidato lançado pelo PMDB, Eunício Oliveira (CE), que será lançado oficialmente em janeiro, conforme a Folha em outubro.
Racha na bancada
O acordo realizado no dia 30 de agosto não tem agradado todos os nomes da bancada petista, composta por 10 senadores, e isso estaria causando uma divisão. A ala mais “ideológica”, que é contrária ao acerto com Renan, discute, com aval do ex-presidente Lula, lançar um nome na disputa. Eles avaliam como uma contradição o apoio a um nome do PMDB após o impeachment, já que o presidente Michel Temer (PMDB) atuou diretamente para articular votos contra Dilma. Já os pró-Eunício argumentam que ele não se expôs durante o julgamento da petista, diferentemente do até agora único concorrente, José Medeiros (PSD-MT). O PT nega que qualquer tipo de acordo tenha acontecido.