A violenta rebelião que resultou em 60 mortes, o maior massacre desde o Carandiru, era uma tragédia anunciada, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
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De acordo com o ministro, em reunião com os presidentes dos três poderes, em outubro do ano passado, já era claro que o crime organizado havia se nacionalizado no país. O ministro afirmou que organizações criminosas como PCC e Comando Vermelho já disputam mercado de drogas com a Bolívia e o Paraguai, configurando uma situação de quase descontrole.
“Eu diria que isso era a crônica do desastre anunciado. Quando a gente teve a reunião dos três presidentes dos poderes. Já ali, na exposição feita pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), ficou claro que você tinha a nacionalização do crime organizada. Ou seja, um salto, um outro patamar, em que essas quadrilhas começam a desafiar os próprios poderes. Seja a nível estadual ou seja em nível da república. Isso nos preocupas, nós temos um papel a fazer, que não é substituir as polícias, mas podemos fornecer inteligência. Hoje não se combate crime sem inteligência", disse explicando como as Forças Nacionais podem ajudar.
Reunião
Raul Jungmann disse que se reúne nesta quarta (4) com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, bem como com o GSI, para debater o assunto. De acordo com ele, o Governo Federal está terminando de costurar uma ação com as secretárias de defesa dos municípios que prevê melhoramentos na segurança.
“ O Governo Federal está para lançar nesses próximos dias o novo plano nacional de segurança, que está terminando de costurar com as secretarias de defesa dos Estados. Eu acho que o Estado e a Sociedade precisam tomar consciência que está em curso o desafio da criminalidade a exemplo daquilo que hoje já virou um problema tremendo em países como o México. E de fato, precisamos nos adequar para combater essas grandes gangues antes que isso se torne um problema fora de controle”, disse Jungmann.
