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Rogério Rosso afirma que candidatura de Rodrigo Maia é um risco

Para ele, o artigo 57 da Constituição não permite candidatura do adversário

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 09/01/2017 às 13:39
Foto: André Nery/JC Imagem
Para ele, o artigo 57 da Constituição não permite candidatura do adversário - FOTO: Foto: André Nery/JC Imagem
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No dia em que faz o lançamento da sua candidatura à Presidência da Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD), afirmou que a candidatura do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM) representa um risco jurídico. Em campanha, Rosso está nesta segunda (9) no Recife. Pela manhã, reuniu-se com o governador Paulo Câmara (PSB) e à tarde fará o lançamento da candidatura via Facebook, de um hotel na capital pernambucana.  

"Essa candidatura de Maia, judicializada do jeito que está, ela gera uma insegurança jurídica nessa eleição. Não é uma crítica, é uma constatação. Imagina um presidente eleito com causas no Supremo Tribunal Federal. Vai ser um presidente sob-judíce na linha sucessória do presidente da República. É muito sério", disse. "A minha divergência com Rodrigo é a Constituição. Eu sou advogado, quando leio aquele artigo 57 eu não dou conta de enxergar que ele é candidato novamente", acrescentou. 

Ao contrário de Rodrigo Maia, que se reuniu com cerca de 30 deputados no Recife, na última sexta-feira (9), Rosso não terá encontro com outros parlamentares. Mas prometeu voltar à cidade até o final do mês. O deputado minimizou a presença dos colegas de Pernambuco, Ceará, Piauí e Paraíba com Maia. "O fato de estar não significa que vai votar. Rodrigo Maia é o presidente da nossa Casa. Se ele me convida para um evento, eu vou. Sou parlamentar. Não é porque eu sou o adversário dele que ele deixa de ser o presidente da minha Casa", argumentou. 

"A política é igual a uma nuvem. A depender do momento, ela está de um jeito", disse em outro ponto da entrevista, sobre um possível favoritismo de Maia. 

Rosso inicia a campanha sem um apoio formal do seu partido. Mas ele minimiza o assunto. "A campanha só se viabiliza trabalhando. É o que estou fazendo. Não tenho como me viabilizar sem trabalhar. Preciso de tempo. Não existe um projeto solo e nem de um só partido. São 513 deputados que votam. O PSD é um partido grande, são quase 40 deputados, a sexta bancada. Todo partido grande tem suas divergências. Isso é normal. Tudo que está saindo está no campo da intriga", argumentou.

Rosso também não tocou na formação da mesa diretora, ao contrário de Maia, que na sexta-feira (6) falou em convidar representantes da oposição. "Eu não negocio espaço. Acho que tudo é fruto de um entendimento. Acho que essa será uma eleição sem bloco. Os cargos da mesa serão ocupados pela proporcionalidade dos partidos. Eu não vou para um vale-tudo na campanha. Não vale a pena porque tudo passa", afirmou. 

CENTRÃO

Nos bastidores, há quem aposte em uma união das candidaturas de Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Rosso, inclusive, estará no lançamento da candidatura de Joaviar, nesta terça (10). "Nós somos amigos, colegas. Ele me convidou e eu vou. Seria uma descortesia da minha parte. Se o Maia fizer um lançamento, no mínimo eu mando um representante", disse, acrescentando que falou duas vezes com Jovair nesta segunda (9). Rosso lembrou que os dois tiveram uma convivência mais próxima durante a comissão do Impeachment e lembrou da experiência dele, que está no sexto mandato. 

Ele nega que haja a tentativa de conciliação dentro do bloco. "Rotulou-se Centrão. Rosso é do Centrão, Joavir é do Centrão, outro é do esquerdão, outro é do direitão. Na verdade, é a Casa como um todo", desconversou.

O parlamentar também defendeu a criação de um Ministério Extraordinário de Segurança Pública, que será levada ao presidente Michel Temer (PMDB). "Criar uma pasta, com certeza as ações de segurança do governo ferderal serão na  inha opinião muito mais focadas. A segurança pública é elementar hoje. Essa crise penitenciária, todos nós sabemos que aconteceu no momento. Teve uma CPI do sistema penitenciário ano passado que desenvolveu um relatório com várias propostas, visitaram o Brasil inteiro e foi entregue ao Ministério da Justiça", explicou. 

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