Sem conseguir chegar a um consenso sobre que candidato apoiar nas eleições para a presidência da Câmara, o PT vai recorrer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anunciar uma decisão sobre o assunto.
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A bancada do partido na Câmara está reunida nesta terça-feira (17) em Brasília, mas designou uma comissão de cerca de dez parlamentares para conversar com Lula na próxima quinta-feira (19) durante a reunião da Executiva da sigla. "Hoje não haverá fumaça branca. A decisão final vai ser tomada com Lula", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), em referência ao ritual quando a Igreja Católica escolhe um novo Papa.
A bancada do PT está dividida. Enquanto parte dos petistas defende que o partido apoie uma candidatura que represente a oposição, como a do deputado André Figueiredo (PDT-CE), a ala mais pragmática do partido quer apoiar a recondução do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) para garantir o seu espaço na Mesa Diretora. Há ainda quem defenda uma aliança com Jovair Arantes (PTB-GO), que faz parte do chamado Centrão. Os dois candidatos, porém, fazem parte da base aliada do presidente Michel Temer e foram favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff.
"A direção do partido terá papel decisivo na costura de uma saída para este impasse", disse Guimarães.
Orientações do ex-presidente petista
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira, Lula já deu aval para que o líder do partido na Casa, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), converse com todos os candidatos, inclusive com os que foram favoráveis ao impeachment, para garantir que o PT não fique de fora do comando da Câmara no próximo biênio. Zarattini participou nesta terça do lançamento da candidatura de Figueiredo. Na semana passada, ele também compareceu ao evento de Jovair.
Dono da segunda maior bancada na Câmara, com 57 deputados, o PT tem colocado como prioridade integrar a Mesa Diretora. O receio de apoiar um nome como o de Figueiredo, sem chance de vitória, é que o candidato que seja eleito puna o partido e o deixe de fora do comando da Casa, como aconteceu em 2015, quando o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito para a presidência da Câmara.