Operação Eficiência

Eike Batista: de bilionário a alvo de mandado de prisão na Lava Jato

Empresário está sendo investigado na Operação Eficiência, que apura crimes de lavagem de dinheiro e mira pagamentos de propina envolvendo Sergio Cabral

Amanda Azevedo
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Amanda Azevedo
Publicado em 26/01/2017 às 9:01
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Empresário está sendo investigado na Operação Eficiência, que apura crimes de lavagem de dinheiro e mira pagamentos de propina envolvendo Sergio Cabral - FOTO: Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
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Alvo de um mandado de prisão preventiva na Operação Eficiência, desdobramento da Operação Calicute no âmbito da Lava Jato no Rio, Eike Batista já foi considerado o homem mais rico do Brasil e o sétimo com a maior fortuna do mundo em 2012. A carreira dele começou na mineração e teve apogeu no mercado de petróleo. Já a derrocada do empresário teve início quando a produção de sua petroleira decepcionou e causou um efeito dominó nas outras empresas do seu grupo em 2013. Hoje, Eike é réu em ações penais por crimes financeiros e suspeito de pagar propina a Sergio Cabral.

Ainda em 2013, Eike Batista sofreu uma queda de 93 posições no ranking de bilionários da revista Forbes, passando do 7º para o 100º lugar. Sua fortuna diminuiu US$ 19,4 bilhões em 2012, o equivalente a cerca de US$ 50 milhões por dia, e terminou o período em US$  10,6 bilhões. Segundo a Forbes, essa foi a maior perda daquele ano entre os bilionários.

Eike é réu em ações penais por crimes financeiros

Em 2015, a Justiça Federal do Rio de Janeiro mandou bloquear todos os bens do empresário, dos filhos Thor e Olin, da atual mulher Flávia Sampaio, e de Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike. O objetivo era assegurar a retenção de até R$ 3 bilhões para indenizações e multas em caso de condenação em ações penais por crimes contra o mercado financeiro. Foram apreendidos sete carros, entre eles um Lamborghini, que enfeitava a sala de sua casa, e um Porsche, além de dinheiro, um piano, computadores, celulares e relógios.

Eike é réu em duas ações penais, acusado de cometer crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Em uma delas ele é julgado por supostamente ter vendido ações da então OGX com informação privilegiada e ter manipulado o mercado, ao comprometer-se a injetar US$ 1 bilhão de dólares na empresa, em outubro de 2012, numa operação chamada de "put" pelo mercado financeiro. Em 2014, ele informou que tinha um patrimônio negativo de US$ 1 bilhão.

Eike Batista deve se entregar à polícia quando voltar ao Brasil

Eike Batista está fora do Brasil e deve se entregar à polícia quando retornar ao país. A informação foi repassada pelo advogado dele, Flávio Martins, à GloboNews. A PF está na residência do empresário, no Rio, onde também cumpre mandado de busca e apreensão. 

A Polícia Federal divulgou que investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de cerca de US$ 100 milhões. "Boa parte dos valores já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa", diz a nota.

Operação Eficiência

O Ministério Público Federal participa da operação e conta com apoio da Receita Federal. Aproximadamente 80 policiais federais cumprem nove mandados de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.

Operação Arquivo X

Um depoimento do empresário baseou a 34.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Arquivo X, deflagrada em setembro de 2016 e que prendeu temporariamente o ex-ministro Guido Mantega. A prisão foi revogada no mesmo dia. Eike Batista disse ao MPF que, em novembro de 2012, Mantega que à época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido repasse de R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).

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