O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso afirmou na noite dessa quinta-feira (16) que só espera a resposta sobre o cancelamento de contrato com uma empresa internacional cliente de seu escritório de advocacia para aceitar o convite do presidente Michel Temer para assumir o Ministério da Justiça. "Eu quero servir o meu país", disse Velloso à reportagem.
Segundo Velloso, ele transmitiu a Temer, às 21h30 de quinta, que estava "tentando afastar questões pertinentes a contratos" que exigem a participação direta dele para dar a resposta definitiva ao presidente. A questão foi encaminhada para ser avaliada pelo setor de compliance da multinacional. De acordo com o ex-presidente do STF, o prazo limite combinado com Temer para a decisão é hoje.
Caso assuma o Ministério da Justiça, Velloso terá de deixar de atuar como advogado, seguindo o Estatuto da Advocacia.
Velloso é amigo e advogado de Aécio no STF
Carlos Velloso é amigo e atua como advogado do presidente do PSDB, senador Aécio Neves, de quem não cobra honorários, nos dois inquéritos que o tucano responde perante o Supremo Tribunal Federal como desdobramento da Operação Lava Jato.
Velloso afirma que os casos em que atua para Aécio não têm relação com a Lava Jato. "Fui amigo de Tancredo Neves, avô de Aécio, e de Aécio Cunha, pai de Aécio. E sou amigo de Aécio desde os seus 22 anos, quando o conheci, em Belo Horizonte. Sou seu advogado nesses dois casos, em razão dessa amizade. Mais até como conselheiro", afirmou Velloso, por e-mail, à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Ele admitiu ainda atuar para o tucano sem cobrar nada.