Em meio à expectativa quanto à nova lista de pedidos de abertura de inquérito com base na delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, que deve ser entregue essa semana ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve num evento no Rio nesta segunda-feira, 6, e não comentou o assunto.
Ele participou da abertura do "Seminário de Cooperação Franco-Brasileira sobre Combate ao Tráfico de Entorpecentes", promovido pela Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, em parceria com a Embaixada da França no Brasil e o Ministério Público do Estado. Na saída, procurado por jornalistas, preferiu não responder às perguntas sobre a lista.
"A França está entre os cinco países com os quais o Brasil mais interagiu no campo jurídico nos últimos anos. Defendemos a necessidade de formação de equipes conjuntas de investigação para casos de maior complexidade", disse Janot em sua fala no seminário.
Em seguida, defendeu a maior cooperação entre os dois países na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, onde há ocorrências de crime como tráfico humano, de armas e de drogas e desmatamento, e também no combate à lavagem de dinheiro. Janot não fez qualquer menção às investigações da Lava Jato nesta abertura.
Ministros de Temer podem ser alvos de pedidos de abertura de inquérito
É grande a tensão entre políticos quanto à extensão do rol de pedidos. No domingo (5) o jornal Folha de S.Paulo noticiou que serão alvos de pedidos, pelo menos, dois ministros do presidente Michel Temer (PMDB), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), e senadores do PMDB e do PSDB, entre eles, Aécio Neves, José Serra e Renan Calheiros.
Existe ainda a possibilidade de a PGR pedir desmembramento para instâncias inferiores para casos de outros políticos citados nas delações, e que não têm foro privilegiado, como os ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.