As acareações marcadas para esta sexta-feira (10), do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht com ex-executivos da empreiteira deverão esclarecer o valor efetivo de dinheiro que a empresa destinou durante a campanha eleitoral de 2014 e o papel do então vice-presidente Michel Temer (PMDB) em eventual solicitação de apoio financeiro à empresa.
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Diante de versões conflitantes, Marcelo e o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho serão novamente ouvidos pelo ministro Herman Benjamin, relator no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que apura se a chapa encabeçada por Dilma Rousseff, de quem Temer foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger.
Ao determinar as acareações, o relator alegou a necessidade "de serem esclarecidos pontos mencionados" nas audiências "em decorrência de dúvidas pontuais".
Marcelo participará de uma outra acareação, desta vez com Hilberto Mascarenhas, ex-funcionário da Odebrecht ligado ao "departamento de propina", e o ex-executivo Benedicto Júnior, o BJ. Os três também apresentaram versões diferentes sobre doações da empreiteira em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Marcelo Odebrecht disse que Eliseu Padilha tratou de repasse
O executivo e ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, confirmou no dia 1º de março, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ter se encontrado com o presidente Michel Temer durante tratativas para a campanha eleitoral de 2014, mas negou ter acertado um valor para a doação diretamente com o peemedebista.
De acordo com o empreiteiro, as tratativas para o repasse foram feitas entre o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo Filho. Ele admitiu que parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2. Marcelo Odebrecht disse que não houve um pedido direto de valores para o PMDB pelo então vice-presidente da República. Segundo relatos, ele afirmou que o valor de R$ 10 milhões já estava acertado anteriormente e que o encontro foi apenas protocolar.